Manoel Weber, de 81 anos, voltou a estudar em Xaxim, no Oeste catarinense. Ele está frequentando o ensino fundamental da educação de Jovens e Adultos (Eja) e ainda incentiva quem, assim com ele, precisou largar os estudos, a voltar para a sala de aula. Em entrevista à reportagem da NSC TV, ele diz que nunca é tarde para ser feliz.
“Nunca é tarde para ser feliz. Se a gente não tem estudo nessa parte que a gente está da vida e não aproveita ler um pouquinho, saber uma novidade, tem que estar perguntando para os outros e não vale a pena. O que a gente puder fazer pela gente, é melhor”, afirma Manoel Weber.
Dificuldades na infância
Manoel explica sobre as dificuldades que enfrentou na infância e que infelizmente fizeram ele se afastar da escola.
“Eu estudei três anos só. Minha mãe faleceu, cinco dias depois queimou nossa casa e ficamos desolados. A dívida ficou muito grande, aí eu e minha irmã tivemos que ajudar meu pai”, conta.
Uma das filha do idoso sempre o convidava para retornar os estudos. Até que um dia ela voltou a estudar e de tanto incentivar o pai, ele uma hora aceitou o convite.
“A minha filha mais nova sempre foi de estudar, mas também com dificuldade deixou de estudar, criou a família. Depois voltou, não faz muito tempo, e sempre me incentivou”, afirma.
As aulas estão de modo presencial, então seu Manoel sempre chega na sala de aula cumprimentando a professora e os outros alunos e ainda tira sua boina em gesto de respeito. Os colegas, como a estudante Maria Adelir de Lima, contam que ele tem sido uma inspiração para todos.
“A gente tem uma vontade imensa de estudar, se espelhando nele. Ele conta da alegria de estar aqui e nós estamos alegres por ele”, diz a colega de sala.
Além de inspiração, ele também é um modelo aos colegas de classe pela dedicação aos estudos e, de acordo com a professora Aida Lanzarin, é um aluno de destaque.
“Ele dá vida à aula, incrementa as aulas conforme o conteúdo que a gente está trabalhando, dá a opinião dele, chama quando não entende. Tem muita vontade e aprende rápido. Ele tem uma caligrafia muito bonita, escreve rápido e é assíduo na escola”, afirma a professora do idoso. Sempre atento ao quadro e segurando a caneta, ele também diz que o fato de estar à vontade com a professora e colegas ajuda no aprendizado: “Estou em casa”, diz.
*Com informações de NSC TV.