Jaraguaense viaja de Del Rey até o Acre para homenagear o pai

Para tornar a homenagem mais especial, Jonathan tentou reproduzir a foto do pai.

Por: Elissandro Sutil

17/08/2021 - 06:08 - Atualizada em: 17/08/2021 - 11:32

O Dia dos Pais deste ano, comemorado no dia 8 de agosto, ficou marcado de uma forma especial e mais significativa para um jaraguaense. O empresário Jonathan Marcos Garcia, de 36 anos, que perdeu o pai em outubro de 1994, decidiu prestar uma homenagem ao seu pai de uma forma diferente. Ele viajou até Rio Branco, capital do Acre, de carro, seguindo a mesma rota que seu pai fazia para atender seu clientes antigamente.

Seu pai, Ademir Moretti Garcia, era representante da Duas Rodas e fazia viagens pelo Brasil para comercializar os produtos da empresa. O sonho de Jonathan e seu irmão Jean era ir em uma dessas viagens junto do pai, que tinha prometido levá-los juntos quando eles fossem maiores, mas faleceu em um acidente em Coxim, município no Mato Grosso, durante viagem a trabalho.

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal.

Jonathan reproduziu a foto que o pai tirou em 1992.
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal.

Esse sonho ficou na memória de Jonathan e Jean a vida inteira, então no ano passado, Jonathan comprou um Del Rey 1.8, carro que o pai utilizava nas viagens. Um dia depois de completar 36 anos, no dia 16 de julho, Jonathan decidiu seguir o mesmo caminho que seu pai fazia, além de conhecer os clientes que ele fez há mais de 30 anos e que hoje são grandes empresários no Norte do Brasil.

“Um dos orgulhos desta viagem foi ter encontrado esses clientes que meu pai tinha. Fiquei mais satisfeito ainda por ver que estão bem sucedidos, progrediram na vida, pois vejo que o trabalho do meu pai também foi bem feito”, conta Jonathan.

Ele percorreu aproximadamente 3,8 mil quilômetros fazendo seis paradas: Presidente Prudente (SP), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Pimenta Bueno (RO), Porto Velho (RO) e por fim Rio Branco (AC). Sua mãe, Ediana Maria Garcia, o acompanhou até Cuiabá, capital do Mato Grosso e depois retornou de avião.

Foto: Arquivo Pessoal.

Nas redes sociais ele publicava fotos e informações sempre que podia, mas conta que não conseguia fazer frequentemente pela falta de sinal.

“Era uma loucura, eu pegava algumas retas em que ficava sem sinal por duas ou três horas e meus amigos já enchiam de mensagens preocupados comigo, perguntavam onde eu estava e o que havia acontecido por sumir tanto tempo”, disse.

Ele visitou quatro capitais e nas quatro ele se encontrou com os clientes de seu pai e foi bem recebido em todas. Mas destacou quando conheceu os fundadores da Sorveteria Dullim, famosa nos estados de Rondônia e Acre.

“Quando encontrei eles fiquei muito feliz, me contaram das vezes que meu pai chegava na sexta-feira e passava o fim de semana com a família deles. Mesmo eu, que eu tenha vivido somente alguns anos com o meu pai, a dona Telma [proprietária da sorveteria Dullim] me disse que sou muito parecido com o meu pai, no jeito de ser e falar”, lembra Jonathan.

A viagem não serviu somente para reencontrar os colegas em nome de seu pai, conforme ele fazia as paradas nos hotéis, ia conversando com os outros hóspedes e fez novas amizades. Jonathan encontrou um gaúcho que é um dos maiores distribuidores de ferro em Porto Velho, capital da Rondônia, que ficou desacreditado quando soube da aventura dele.

“Eu contava que vinha no Del Rey e ele não acreditava, precisei mostrar vídeos e fotos da viagem. Ele se comoveu com a minha homenagem, tanto que me convidou para passar o fim de semana com a família dele. Foi uma experiência muito boa, a gente não se conhecia e nos demos super bem”, lembra Jonathan.

Quando finalmente chegou no Acre, Jonathan não segurou as emoções no vídeo que publicou muito emocionado nas redes sociais.

 

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal.

Após 17 dias de viagem, a jornada de Jonathan em homenagem ao pai chegou ao fim no dia 2 de agosto, quando retornou a Santa Catarina de avião e sua família o recebeu no aeroporto de Navegantes. O Del Rey, com o qual ele ele fez a viagem, acabou voltando para Jaraguá do Sul transportado por um caminhão-cegonha.

Ele conta que poderia ter feito a viagem em menos tempo, mas sua intenção não era essa, queria aproveitar cada momento que passava, conversar com as pessoas que conhecia e lembrar de todas as emoções que o pai vivia nas viagens.

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