Eu digo sim: Hospital São José lança campanha para incentivar a doação de órgãos

No próximo dia 27, é celebrado o Dia Mundial do Doador de Órgãos e Tecidos. Neste ano, para aumentar a conscientização a respeito do tema, o Hospital e Maternidade São José decidiu fazer uma campanha um pouco diferente, homenageando tanto quem doou o órgão quanto quem o recebeu.

Por isso, não estranhe ao encontrar várias publicações nas redes sociais com a expressão “Eu digo sim” pelos próximos dias.

A frase é o carro chefe da ação publicitária e visa mostrar para as famílias da região a importância de dizer sim à doação de órgãos, já que eles são os únicos a serem consultados após a morte encefálica de um paciente.

Hashtag pode ser usada nas redes sociais | Foto Eduardo Montecino/OCP News

Hashtag pode ser usada nas redes sociais | Foto Eduardo Montecino/OCP News

O apoio à campanha pode ser feito por um post no Facebook ou no Instagram, por exemplo. Este simples gesto é uma forma de informar aos familiares sobre o interesse de doar os órgãos.

“Muitas respostas negativas que temos em relação a doação é porque as pessoas não sabem se o parente tinha essa vontade ou não”, explica a enfermeira Camilla de Abreu, que trabalha na Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT).

Entre janeiro e agosto deste ano, o São José teve 23 notificações de morte encefálica. Destes casos, nove famílias foram entrevistadas e concordaram com a doação, enquanto 11 recusaram.

Segundo a enfermeira, a resposta negativa depende de diferentes fatores, como a demora para confirmação de morte encefálica e a própria falta de conhecimento da família sobre o desejo do parente.

“Quando a pessoa sabe que essa era vontade do paciente, é difícil ela não concordar em prestar essa última homenagem ao ente querido”, comenta a enfermeira.

Coordenadora da equipe do serviço de transplantes, Lisandra Albrecht, ressalta a importância das pessoas exporem sua opinião sobre a doação de órgãos ainda em vida.

Peças destacam a importância de falar sobre o assunto | Foto Eduardo Montecino/OCP News

Peças destacam a importância de falar sobre o assunto | Foto Eduardo Montecino/OCP News

“As pessoas têm receio de falar sobre a morte, mas é necessário, inclusive entre o público jovem. Tem que ter diálogo dentro de casa”, aponta. Atualmente, não existe um meio legal de deixar registrado o desejo de doação.

Transplantes desde o ano passado

Em 2017, o Hospital São José passou a fazer transplantes de fígado e rim. Desde então, já foram realizados quatro procedimentos cirúrgicos deste tipo. Para comemorar o primeiro ano, a campanha #EuDigoSim também inclui os pacientes que receberam novos órgãos.

Segundo a coordenadora da equipe de transplantes do hospital, Lisandra Albrecht, essa inclusão tem como objetivo agradecer as famílias que permitiram a doação de órgãos dos entes queridos.

“Trazendo os transplantados para a ação, as pessoas vão ver que esse ato de solidariedade também está beneficiando pessoas da nossa região. É importante eles se sentirem agradecidos”, garante Lisandra.

Em contrapartida ao “Eu digo sim”, pacientes que receberam novos órgãos e a equipe do hospital vão usar camisetas com a frase “E eu digo obrigado” nas atividades da campanha.

Na segunda-feira (24), às 11h, médicos, pacientes e familiares de transplantados estarão no Jaraguá do Sul Park Shopping para esclarecer algumas dúvidas que a população tem sobre doar órgãos. No dia 27, o hospital vai realizar uma missa em homenagem ao Dia Mundial do Doador de Órgãos e Tecidos.

Como ser um doador?

No Brasil, para ser doador de órgãos e tecidos não é necessário deixar nada por escrito. Basta avisar à família. A doação de órgãos e tecidos só acontece após a autorização familiar documentada. Quando a pessoa não avisa, a família fica na dúvida.

O que é doador vivo?

É qualquer pessoa saudável que concorde com a doação de rim ou medula óssea e, ocasionalmente, com o transplante de parte do fígado ou do pulmão, para um de seus familiares. Para doadores não parentes, há necessidade de autorização judicial.

Doador falecido

É um paciente internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com morte encefálica, em geral, depois de um traumatismo craniano (TCE) ou derrame cerebral (AVC).

A retirada dos órgãos e tecidos é realizada no Centro Cirúrgico do hospital e segue toda a rotina das grandes cirurgias. A retirada da córnea pode ser realizada até seis horas após a parada cardíaca.

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