Hackers invadem reunião on-line de mulheres da OAB, se masturbam e mostram cenas de sexo

Foto: Marcelo Casal Jr. / Agência Brasil).

Por: Elissandro Sutil

22/04/2021 - 09:04

Um encontro on-line da Comissão da Mulher Advogada, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Subseção de Santos (SP), foi invadida por hackers, que compartilharam imagens pornográficas e se masturbaram na transmissão.

Segundo informações são do G1, eles se passaram por participantes e um dos invasores hackeou a chamada para impedir que a presidente da comissão o retirasse.

O caso aconteceu na segunda-feira (19). A presidente da comissão, a advogada Flávia Nascimento, disse ao G1 que ficou indignada e gravou o momento em que um dos homens compartilhava a tela, exibindo fotos pornográficas.

A reunião tinha como tema o direito das mulheres e o “stalking”, prática de perseguição que recentemente passou a ser tipificada como crime pela legislação brasileira.

“As pessoas começaram a entrar, mas não abriam as câmeras e não cumprimentavam, o que achei estranho. Pedi para que as pessoas abrissem as câmeras, e eles já perceberam que eu tinha desconfiado de alguma coisa. A palestrante tinha entrado na sala e estava cumprimentado ainda, quando um deles, que estava com um nome feminino na chamada, compartilhou a tela mostrando vídeos e fotos pornográficas”, disse Flávia ao G1.

Ela conseguiu excluir o participante, mas um dos hackers invadiu a chamada novamente e impediu que Flávia os retirasse da transmissão. Eles então abriram telas onde apareciam se masturbando, fazendo sexo e falando coisas ofensivas.

Depois do sufoco e constrangimento, Flávia conseguiu derrubar a reunião e criou nova sala virtual para continuar com o encontro.
Mesmo com a situação resolvida, a advogada lamentou o fato de que reuniões voltadas às mulheres serem alvos constantes desse tipo de ataque.

“Isso é triste, porque uma comissão da mulher advogada fala dos direitos das mulheres, e queremos que esse conhecimento seja difundido, não ter que restringir tanto. Fiquei indignada, foi muito agressivo. O que ocorreu é a prova do machismo estrutural”, disse.