Um estudo feito em três universidades da Nigéria mostrou que entre os efeitos colaterais do tratamento com ivermectina em humanos, a saúde reprodutiva dos homens pode ser afetada.
Utilizada para o tratamento de oncocercose e outros problemas de saúde em humanos, conforme mostraram os estudos, a ivermectina afeta a contagem de espermatozóides dos homens. Do total dos homens que participaram do teste, 85% deles que tomaram invermectina ficaram esterilizados.
O medicamento é frequentemente utilizado como um anti-helmíntico para combater parasitas em animais e, causando muita polêmica, foi usada no tratamento contra a Covid-19.
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O estudo conduzido por pesquisadores na Nigéria em 2011 examinou 385 pessoas com oncocercose, para investigar os efeitos da ivermectina sobre o esperma.
Apenas 37 dos 385 pacientes apresentaram quantidades normais de espermatozóides, enquanto os outros tinham contagens muito baixas.
Ao todo, 85% dos pacientes do sexo masculino tratados com ivermectina desenvolveram várias formas e graus de disfunção do esperma.
As disfunções são:
- Baixa contagem de espermatozóides.
- Morfologia pobre do esperma.
- Duas cabeças.
- Cabeças minúsculas.
- Caudas duplas.
- Ausência de cauda.
- Células espermáticas albinas.
- Azoospermia, ou ausência de espermatozoides móveis.
- Fraca motilidade do esperma.
“Houve uma queda significativa na contagem de espermatozoides dos pacientes após o tratamento com ivermectina”, concluíram os autores do estudo.
A agência de controle de medicamentos dos Estados Unidos (FDA) não autorizou ou aprovou o uso da ivermectina para o tratamento ou prevenção da Covid-19 em humanos ou animais.
Mas assim como no Brasil, as pessoas se automedicaram com ivermectina, inclusive medicamentos com o mesmo princípio ativo, mas voltado para o uso veterinário.
“Nunca use medicamentos destinados a animais em você ou em outras pessoas. Os produtos de ivermectina animal são muito diferentes daqueles aprovados para humanos. O uso de ivermectina animal para a prevenção ou tratamento de Covid-19 em humanos é perigoso ”, relata o FDA.
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