A luta pela inclusão e visibilidade da comunidade surda é representada pelo Setembro Azul. E a Escola de Educação Básica Julius Karsten, de Jaraguá do Sul, realizou na terça-feira (24) a abertura das atividades em comemoração ao Setembro Azul.
A instituição recebeu autoridades da educação, profissionais que atuam nesta área, representantes da Associação de Surdos de Jaraguá do Sul (ASJS), alunos e comunidade em geral, além, claro, da comunidade surda. Na ocasião, tiveram palestras e apresentações culturais na Lígual Brasileira de Sinais.
A professora do Atendimento Educacional Especializado da Julius Karsten, Franciéle Martins de Abreu Calduro, destacou que Setembro é marcado por diversos eventos voltados para a conscientização sobre a acessibilidade e a comemoração das conquistas obtidas ao longo dos anos.
“Há também um reforço da luta por mais escolas bilíngues, nas quais alunos surdos e ouvintes possam aprender, se desenvolver e crescer juntos, onde a inclusão esteja presente em todos os momentos e vivencias”, declara.
Franciéle destaca que as comemorações são em setembro porque acontecimentos marcantes na história dos surdos no Brasil e no mundo aconteceram neste mês e a escolha da cor azul se dá por representar dois momentos distintos.
Durante a Segunda Guerra Mundial os nazistas identificavam as pessoas com deficiência com uma faixa azul no braço, por considerá-las inferiores, e os surdos também eram obrigados a usá-la.
Com o fim da guerra e o passar dos anos, a cor passou a simbolizar ao mesmo tempo a opressão enfrentada pelos surdos e o orgulho da identidade surda.
Essa ressignificação do azul ficou marcada na Cerimônia da Fita Azul (Blue Ribbon Ceremony) em 1999, que lembrava os surdos que foram vítimas da opressão. Nela, o Dr. Patty Ladd (surdo) usou uma fita azul no braço pela primeira vez como símbolo do movimento.
Hoje, a cor azul turquesa é usada, por ser uma cor viva e vibrante, que representa a riqueza cultural da comunidade surda.
Escola atende alunos surdos do município
A diretora da unidade escolar, Margarete Menestrina Luzzani, destaca que a Julius Karsten possui um polo de Atendimento Educacional Especializado em Deficiência Auditiva onde Franciéle e o instrutor de libras, Marcelo de Oliveira Freitas, atendem os alunos surdos das escolas estaduais de Jaraguá do Sul.
“O trabalho que eles desenvolvem é muito importante pois tem como objetivo complementar e/ ou suplementar a formação do aluno, o ensino da língua de Sinais como primeira Língua e o ensino de língua portuguesa como segunda língua dentro de uma proposta bilíngue, visando a autonomia dos alunos na escola e fora dela”, destaca a diretora.
Margarete ressalta que a instituição ainda não possui acessibilidade adequada para atender está clientela, mas que tem projetos para buscar melhorias tanto física e como pedagógicas.
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