Dança é ferramenta de superação para alunos da Apae

Por: OCP News Jaraguá do Sul

28/10/2016 - 13:10 - Atualizada em: 30/10/2016 - 18:04

Os alunos da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), Fábio Nunes, 34 anos, e Fabiane Volkmann, 47 anos, emocionam todos que prestigiam suas apresentações de dança no município e até mesmo no Estado. Trabalhando a coreografia “Sem medo de amar”, os namorados dão um exemplo de vida superando deficiências físicas e intelectuais.

Nunes, que perdeu o movimento das pernas após ser atropelado na adolescência, é enfático ao relembrar que antes da dança enfrentava um preconceito diário consigo mesmo. “Eu não me aceitava. Hoje, vejo que esse sentimento era errado. A vida é bela”, comenta.

Essa mudança de perspectiva aconteceu graças ao projeto de dança que começou em 2005 na Apae, com aulas dentro da disciplina de educação física. Com o entusiasmo da atividade, a proposta de criar os grupos foi elaborada cinco anos depois e, no ano passado, a professora de dança Andriely Thayliny foi contratada para fortalecer a ideia.

As coreografias são divididas em quatro grupos. O maior é composto por 14 alunos que conseguem se locomover sozinhos. Há um quarteto e outras duas duplas, cada uma com limitações diferentes. Os treinos acontecem por uma hora às quintas-feiras, na parte da manhã. Nos meses que antecedem o Festival Jaraguá em Dança, a rotina é intensificada para dois ensaios semanais.

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A equipe que compõe o projeto é composta por duas educadoras físicas, uma fisioterapeuta e um estudante de educação física. O trabalho é feito em conjunto pelos profissionais. “Cada um deles tem a sua melhor característica e ajuda na criação dos passos. Lapidamos os movimentos e propomos inúmeros desafios a eles”, explica a professora Andreia Lúcia Sanson.

Já a fisioterapeuta Kelli Stapait, responsável por adaptar os passos conforme as dificuldades dos dançarinos, procura explorar ao máximo o potencial de cada um deles. “O Fábio, por exemplo, no começo, só queria voltar a caminhar. O convenci que ao invés disso, poderíamos desenvolver melhor o seu controle sobre a cadeira de rodas. Hoje, ele é o melhor da Apae nesse quesito, e é isso que buscamos, que eles criem confiança e autonomia”, destaca Kelli.

Fabiane diz que pretende continuar por muitos anos no grupo porque está mais segura para as apresentações. Os dois utilizam duas cadeiras de rodas com um material mais leve, que facilita a execução dos movimentos nos espetáculos.

Os próprios alunos ajudam na elaboração das coreografias e a pensar os detalhes. No caso da apresentação de Fábio e Fabiane, eles mesmos escolheram a canção romântica “A Thousand Years”. Para participar do projeto, há uma seleção entre quem têm interesse e facilidade para a dança. A proposta está inclusa no plano de ação da instituição e deve continuar nos próximos anos.

Estímulo com esporte

Além de dança, a Apae trabalha com o projeto Paradesportivo que treina cerca de 120 alunos para competições municipais, estaduais e nacionais. Entre os esportes que integram as aulas, oferecidas desde 2013, estão o atletismo, bocha, tênis de mesa, futsal e outras. O professor de educação física Wanderlei Gessner explica que as aulas acontecem no contraturno dos alunos ou até mesmo no período noturno, dependendo da disponibilidade dos atletas.

“Incentivamos a qualidade de vida deles e não abrimos mão do rendimento escolar”, frisa. Onze alunos recebem bolsa atleta do município por causa de seus desempenhos nos jogos paradesportivos do Estado no último ano.

Schützenfest na Apae

A quinta-feira (27) foi de festa na Apae de Jaraguá do Sul. O grupo Conviver, com alunos da terceira idade que frequentam a instituição, organizou mais uma Schützenfest. Responsáveis pela decoração, eles também ensaiaram uma apresentação de dança alemã. Ao longo do dia, lanches especiais foram servidos e a quadra ficou livre para dança e diversão em brinquedos infláveis. Dois grupos folclóricos do Colégio Evangélico Jaraguá estiveram presentes e alegraram o público. “Foi ótimo participar e poder ajudar na confecção dos enfeites que decoraram toda a Apae”, declara a integrante do grupo Sandreia Garcia.

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