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O alcoolismo é um problema de saúde que afeta pessoas de diferentes classes sociais. O consumo de álcool per capita no Brasil aumentou 43,5% em dez anos e agora supera a média internacional. Em 2006, cada brasileiro a partir de 15 anos bebia o equivalente a 6,2 litros de álcool puro por ano. No ano passado, a taxa chegou a 8,9. Com isso, o país figura na 49ª posição do ranking entre os 193 avaliados. Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS).
De acordo com a psiquiatra Rafaela Nishimura, existem vários motivos que fazem as pessoas exagerarem no consumo do álcool. “Tem a questão da pessoa ficar mais comunicativa, as experiências agradáveis ao uso, tem de ser investigados também alguns transtornos psiquiátricos como depressão, ansiedade, hiperatividade”, explica.
Rafaela pontua que, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (Pense), realizada 2015, mais de 50% das adolescentes entre 13 e 15 anos já experimentaram algum tipo de bebida alcoólica. E a cada cinco um já teve um episódio de embriaguez. O dado, segundo a psiquiatra é preocupante. “É um problema de saúde pública e precisa ser tratado”, aponta ela ressaltando que “não é indicado o uso de álcool nessa idade porque está em formação o sistema nervoso central e pode trazer consequência”.
Um dos fatores que precisam ser observados diante desses dados é a importância da conscientização, principalmente diante de propagandas que exaltam os aspectos positivos do consumo de bebida. “É preciso mostrar o lado negativo e as consequências, por isso é preciso algumas ações de prevenções”, pontua.
Apesar de ser tradicionalmente relacionado com homens, a psicóloga pontua que as mulheres também estão sujeitas ao vício e precisam ter atenção na hora do consumo. “As mulheres têm maior risco pelo menor volume corporal de água e menos enzimas para metabolizar, mulheres ficam embriagas mais rápidos e por isso tem risco maior de dependência”, destaca
Um total de 3,3 milhões de pessoas morrem todos os anos pelas consequências da bebida – 5,9% de todas as mortes no mundo. No grupo das pessoas entre 20 e 39 anos, 25% das mortes têm uma relação direta com o álcool. Levantamento da OMS também constatou que o álcool pode causar mais de 200 doenças, incluindo mentais.
