O Conselho Regional de Educação Física (CREF) e o Ministério Público (MP) de Santa Catarina estão atentos a uma situação que vem ocorrendo em Jaraguá do Sul. Com a chegada do verão, o aumento da demanda nas academias tem feito com que muitos instrutores sem formação sejam contratados. Segundo o promotor de justiça responsável pela 7ª vara de Jaraguá do Sul, Rafael Meira Luz, as situações já estão sendo apuradas. “Eu já desenvolvi um trabalho do gênero há algum tempo. Agora, com o meu retorno, recebemos novas denúncias anônimas e estamos apurando” afirmou. Segundo ele, não só o indivíduo que assume a função é responsabilizado, mas também o dono da academia onde ele está atuando. “Cobrei responsáveis técnicos e acompanhamento dos estagiários nas academias. Se o dono permite que alguém não habilitado dê aula em sua academia, ele também é responsável e o local pode ser até fechado”, aponta Meira Luz. Para o promotor, se trata de uma situação grave, pois meche com a saúde das pessoas. “Imagine uma pessoa que aprende a operar, mas que não é médico fazendo uma cirurgia, o estrago que pode fazer. É a mesma situação, o cidadão pode acabar por agravar o problema da pessoa que busca correção, ou dar um problema para quem busca uma vida saudável. Já identificamos pelo menos nove pessoas que, pelas redes sociais, oferecem seus serviços. O CREF emitiu uma nota e todos foram orientados, se continuarem com as ilegalidades terão que ser punidos por isso” concluiu o promotor. Em cumprimento ao pedido de notificação do MP, o presidente do CREF de Santa Catarina, Irineu Wolney Furtado, alertou todos os profissionais de educação física e donos de academia. “Ressaltamos que o cumprimento da lei é de responsabilidade de todos os que têm compromisso social que acreditam e anseiam pela valorização profissional. Vale salientar que a segurança dos praticantes é fundamental neste processo, considerando que tanto a sociedade como a profissão serão beneficiados com tais medidas. Uma pessoa sem treinamento pode causar sérias lesões no aluno” destacou. Segundo Wolney, ninguém estará livre de fiscalizações. “Houve denúncias e o ministério público foi acionado” afirmou. A orientação é que o aluno, ao procurar pelo serviço, cobre o registro e se informe se o personal trainer é ou não capacitado para tal função. Denúncias sobre a atuação irregular podem ser feitas pelo site do MP, pelo telefone 3270-3429.