Conheça o paulista que deixou a vida agitada para se dedicar ao cultivo sustentável em Jaraguá do Sul

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Por: Elissandro Sutil

05/06/2019 - 10:06 - Atualizada em: 05/06/2019 - 10:13

Na medida em que os grandes centros urbanos atraem novos moradores pelas oportunidades de trabalho e estudo, as cidades pequenas voltam a chamar atenção pela segurança e, principalmente, qualidade de vida.

É o caso do psicólogo clínico Edson Sarti, 35 anos, que deixou a vida agitada em São Paulo para se dedicar à permacultura em um sítio no bairro Nereu Ramos, em Jaraguá do Sul. Com ele, o OCP inicia uma série de reportagens em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado nesta quarta-feira (5).

Cansado da rotina turbulenta e na conhecida “crise dos 30”, Sarti decidiu se mudar para Jaraguá. A cidade já era conhecida do paulista por causa da família paterna, toda jaraguaense.

“Eu vinha para cá nas férias, mas nasci em Mogi Mirim. Há dois anos, vi que não era aquilo que queria para minha vida”, conta.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Ainda em São Paulo, o psicólogo chegou a cultivar uma horta em seu apartamento e conheceu pessoas adeptas à permacultura. O sistema integra o saber científico com o tradicional popular e tem base em três éticas principais: cuidar da terra, das pessoas e do futuro.

 

 

Morando em um sítio com outras duas tias, Sarti começou a plantar frutas, verduras e legumes para o consumo próprio. “Saber a procedência do que estamos comendo é muito melhor”, pontua.

Retomando o contato com a natureza

No espaço que tem em casa, o psicólogo recicla todos os alimentos utilizados. Invés de jogar fora o que sobra nas refeições, ele faz uma compostagem para usar como adubo natural.

Sarti também utiliza de forma inteligente a energia dos materiais, capta a água da chuva, além de ter um poço artesiano, e faz uma adubação verde.

Outro cuidado que o psicólogo tem durante o cultivo é plantar de acordo com a época e posição do sol.

“Improvisei uma plantação usando o bambu para fazer um chuchuzal. A tentativa deu certo durante um ano. Vamos testando”, comenta.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Sarti já plantou couve, nabo, alface, beterraba, maracujá, banana, tangerina, tomates, milho, batatas, feijão e outros alimentos. O que não é aproveitado em família, ele doa para amigos e conhecidos.

Os benefícios da mudança no estilo de vida foram muitos. “Tenho mais tempo para fazer minhas coisas, a sensação de bem estar físico e mental cresceu bastante”, observa.

 

 

Sarti ainda explica que antes de adotar os hábitos saudáveis, ele estava com o nível de colesterol alto.

“Comia muitos industrializados e lanches. Agora, fiz novos exames e o colesterol normalizou, perdi gordura corporal também”, destaca.

Para o psicólogo, a permacultura surgiu em sua vida com a necessidade de resgatar o contato com a natureza.

Segundo Sarti, o sistema de plantio proporciona um ambiente leve, de cooperação, abundância e partilha. “Acredito que quanto mais longe da natureza, mais doentes ficamos”, completa.

 

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