Os óculos grandes preenchem boa parte do rosto miúdo da catarinense Gabriele Raiser, 19 anos. São eles que ajudam a ver melhor o bonito trabalho que ela mesma realiza. Dona de um cérebro atento, o corpo mantém o mesmo ritmo imposto por uma cabeça que fervilha ideias. As mãos obedecem aos comandos e objetos começam a nascer, prontos para montar a vitrine – ela confecciona cada item que será usado na exposição.
Gabriele será a representante brasileira de Vitrinismo, no mundial de profissões, a WorldSkills, que começa no próximo dia 22, em Kazan, na Rússia. “Quando eu digo que faço vitrinismo, as pessoas acham que trabalho com vidro”, comenta.
O ambiente de treino de Gabriele inspira a criação. São materiais de diversas texturas e cores. No canto direito da sala, um painel tem recortes com referências artísticas e as mensagens-chave da prova a ser realizada: montar vitrines de diversos tipos de produtos. No Vitrinismo, criatividade e agilidade são essenciais para o bom desempenho.
Para estar nesta categoria, Gabriele fez curso de Desenhista de Produto de Moda, no Senai de Blumenau, e gostou tanto que fez duas vezes. Ela explica que foi escolhida pela afinidade da moda com o vitrinismo em relação a tendências, desenhos e usos de softwares similares.
Do início até a primeira viagem internacional
A história de Gabriele com a moda começou quando ainda era criança, aos 11 anos. A mãe é costureira de amostra em uma indústria têxtil catarinense. Ela conta que as duas estavam assistindo uma novela que falava sobre moda e a mãe perguntou se ela não teria interesse em ser estilista. Aos 14 anos, fez o primeiro curso. Aos 16, o segundo. “Eu criei muito gosto. Passei a desenhar”, comenta.
Aos 17 anos, Gabriele começou a treinar para as seletivas nacionais, até vencer e se tornar a representante brasileira em Kazan. Nos últimos meses, a competidora se preparou intensamente no Centro de Treinamento da WorldSkills, em Brasília.
Agora, ela terá a oportunidade de viajar pela primeira vez para fora do Brasil. “Antes do Senai, eu só conhecia uma cidade do lado de Blumenau chamada Armazém. Eu nunca tinha andado de avião”, lembra. Para Gabriele, o céu é o limite e ela tem muitos planos para o futuro.
“Eu estou em uma vibe que tem muita oportunidade e eu quero conhecer o mundo. Se surgir oportunidade para ir para fora do país, eu vou para fora do país, se não surgir oportunidade para nada, eu vou para algum outro lugar. Meu objetivo é conhecer as coisas”, completa.
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