Como a intenção de acabar com as lombadas eletrônicas refletiria em Jaraguá do Sul?

Por: Elissandro Sutil

09/03/2019 - 05:03 - Atualizada em: 10/03/2019 - 16:42

O presidente Jair Bolsonaro anunciou através de uma transmissão ao vivo no Facebook que pretende extinguir as lombadas eletrônicas de todo o país.

O anúncio aconteceu no fim da tarde de quinta-feira (7), ao lado do porta voz da presidência, General Otávio Santana do Rêgo Barros e do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno.

Durante a transmissão, o presidente afirmou que “não teremos mais lombadas eletrônicas no Brasil, e as que ainda restarem não serão renovadas quando perderem a validade”.

Um dos motivos apontados por Bolsonaro é que as lombadas eletrônicas visam à arrecadação e não à redução de acidentes. “É quase impossível viajar sem receber uma multa, já fui do Rio a Santos de carro e é um inferno”, comenta durante o vídeo.

As lombadas eletrônicas são responsáveis por registrar os veículos que transitam acima da velocidade permitida na via, com intenção de diminuir acidentes.

O diretor de trânsito de Jaraguá do Sul, Gildo Andrade, acredita que essa possível decisão do presidente elevaria o número de acidentes no país, já que mesmo com todas as medidas de prevenção, e punição para quem comete uma infração, ainda acontecem muitas fatalidades causadas pela irresponsabilidade no trânsito.

“Acabar com esse equipamento seria um prejuízo para a população. Falo isso pelo aspecto da segurança, porque só paga multa quem comete infração e o equipamento está lá para fazer valer a lei”, defende Gildo.

Para o diretor, uma das poucas maneiras de diminuir as multas e não aumentar o número de acidentes seria com a melhora na educação das pessoas para que não fossem necessários equipamentos dessa natureza para controlar a velocidade.

“Bom seria se tivéssemos no Brasil uma educação de primeiro mundo e as pessoas respeitassem a sinalização de trânsito mesmo sem punições, mas essa, infelizmente, não é nossa realidade”, destaca.

Segundo dados levantados pela Polícia Militar de Jaraguá do Sul, em 2018 foram registradas 17.639 autuações de veículos que transitaram por lombadas eletrônicas em velocidade acima da permitida.

O proprietário de um posto de combustível de Jaraguá do Sul, Mario Fernando Renke, está diariamente envolvido em situações que envolvem o trânsito da região.

Aos 61 anos e com diversos caminhões para manter, ele afirma que equipamentos como lombadas eletrônicas servem apenas para arrecadar dinheiro para a prefeitura.

Além do dinheiro pago em multas, segundo Mario, outro grande problema é o congestionamento causado pelas lombadas. “A lombada física atrapalha o fluxo do trânsito, principalmente para quem trabalha com caminhões”, comenta.

Renke compartilha do mesmo pensamento do diretor de trânsito do município, afirmando que o Brasil precisa mudar a mentalidade para não precisar utilizar punições. “Precisamos começar ensinando as crianças, para que no futuro todo mundo respeite as regras de trânsito”, diz.

 

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