A agência reguladora de rádio e TV na China afirmou que vai banir a estética “afeminada” em programas de entretenimento, alegando que “influências vulgares” devem ser evitadas no país. As informações são da BBC.
A medida seria mais uma peça no cerco ao que a Agência Nacional de Rádio e TV (NRTA) descreve como “conteúdo insalubre” na programação chinesa.
O órgão ministerial declarou que critérios de conduta moral e política devem ser incluídos na seleção de pessoas a figurarem em programas. Com a medida, alguns programas de competição de talentos foram vetados.
Autoridades midiáticas chinesas se comprometeram a promover imagens mais “másculas” e “viris” de homens, , criticando celebridades masculinas que usam muita maquiagem.
No lugar do que chamou de “conteúdo insalubre” e “vulgar”, o órgão vai estimular programas que promovam “uma cultura tradicional, revolucionária ou atmosfera patriótica”.
A medida vem pouco depois de um artigo de opinião no jornal estatal Guangming Daily, que alegava que algumas celebridades “afeminadas” são imorais e podem prejudicar os valores dos adolescentes chineses.
A homossexualidade não é ilegal na China, mas autoridades fazem, em geral, censura rígida do tema. Cenas de sexo e nudez também foram editadas em séries populares, como Game of Thrones.
Em 2019, a China chegou a borrar as orelhas de jovens pop stars em suas aparições na TV e na internet, para esconder seus brincos ou piercings. Tatuagens e rabos de cavalo em homens também já foram borrados em algumas ocasiões.
Na maior rede social do país, Weibo, vários usuários criticaram a censura, afirmando se tratar de discriminação e pedindo respeito à diversidade.
O presidente chinês, Xi Jinping, já reforçou seu compromisso com o que chamou de “prosperidade comum” e, ante sua promessa de redistribuição de renda, alguns ícones do entretenimento e da tecnologia com altos salários têm recebido atenção do público e das autoridades. Na semana passada, a atriz chinesa Zheng Shuang foi multada em US$ 46 milhões por sonegação de impostos.
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