O morador de Balneário Camboriú que não pôde receber a vacina contra a Covid-19, após o sistema do Ministério da Saúde (MS) apontar que ele já havia recebido o imunizante, finalmente foi vacinado no sábado (11).
Júlio César da Conceição, 32 anos, teve que esperar 40 dias até receber a vacina.
Ele provou que a Receita Federal (RF) registrou duas pessoas com o mesmo número no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF). Por conta disso, quando Júlio foi tomar a vacina, o sistema do MS informava que já tinha sido vacinado na Paraíba.
“Foi muita emoção para mim ter tomado a vacina. É uma coisa que eu estava esperando desde o primeiro dia que deu a quarentena. Eu falei: ‘daqui a pouco vai ter a vacina. E eu vou tomar’. Agora que eu tomei, estou felizão!”, contou Júlio César, ao G1.
A Polícia Civil investigou o caso, notificou a RF e a Secretaria de Saúde de Balneário Camboriú liberou a vacina para Júlio.
O mais curioso na história, além do CPF duplicado, Júlio César e o morador da Paraíba nasceram em São Paulo e os nomes das mães são iguais.
O morador de Balneário Camboriú entrou com uma ação na Justiça contra a Receita Federal e ainda aguarda a mudança no sistema, pois um dos dois vai precisar emitir um novo CPF.
O caso
Tudo começou quando Júlio Cesar foi receber a primeira dose contra a Covid-19 no posto de saúde do bairro Vila Real, no dia 3 de agosto, em Balneário Camboriú.
Quando foi atendido, a notícia veio: o sistema apontava que ele já havia recebido a primeira dose no mês de julho, em Arara, na Paraíba.
De acordo com o delegado Ricardo Sena, o morador de Arara foi localizado e ouvido. Ele apresentou seus documentos originais como o Registro Geral (RG), CPF, certidão de nascimento e carteira de motorista.
Foi comprovada a coincidência com os dados de Júlio Cesar. Porém, o nome do pai, a data de nascimento e o número do RG são diferentes.
“É um erro absurdo. São duas pessoas com o mesmo CPF, mesmo nome da mãe e ambos naturais de São Paulo”, afirmou o delegado.
Segundo o procurador da prefeitura de Arara, Evandro Trindade, a Receita Federal é responsável pelo erro. Uma vez que o morador da cidade tem mais de um sobrenome e é mais velho que o morador de Balneário Camboriú.
“Não houve falsificação de documentos por parte dele [morador de Paraíba] e nem tão pouco uso de documento falso. A irresponsabilidade partiu da Receita Federal que forneceu um CPF para duas pessoas”, disse.
Receba as notícias do OCP no seu aplicativo de mensagens favorito: