Casos de abandono animal aumentam durante pandemia em Jaraguá do Sul

Foto Divulgação

Por: Natália Trentini

29/10/2020 - 05:10

Os impactos da pandemia de Covid-19 não afetaram somente as pessoas em Jaraguá do Sul: entidades de proteção animal registraram um aumento na ocorrência de abandono durante o ano.

A quantidade de gatos e cachorros sendo acolhidos é grande e a paralisação das feiras de adoção acabou tornando difícil encontrar novos lares.

De acordo com a ONG Gang dos Patinhas, houve um incremento de 40% nos animais de estimação acolhidos.

No momento todos os 25 lares temporários estão lotados, fazendo com que a entidade não possa recolher novos animais abandonados.

Essa ocorrência de abandono está relacionada com a questão social: muitas pessoas se mudaram para lugares menores, voltaram a morar com familiares, voltaram para cidade e estados de origem e perderam emprego e capacidade de manter a casa.

Neste ano, a Gang dos Patinhas encaminhou mais de 250 animais e tem atualmente outros 89 esperando adoção.

 

 

A Ajapra (Associação Jaraguaense Protetora dos Animais) percebe a mesma situação, recebendo denúncias de abandono e maus-tratos diariamente.

Mas dessas denúncias, poucas são registradas na Polícia Militar, justamente porque os abandonos acontecem em lugares pouco habitados e horários de menos movimento, dificultando a identificação do infrator.

Segundo dados do 14º Batalhão de Polícia Militar, foram registradas até setembro 20 ocorrências de maus-tratos a animais e omissão na cautela ou guarda.

Conforme informações divulgadas pela BBC News, obtidas pela organização SaferNet Brasil, houve aumento de conteúdos na internet demonstrando ou incitando maus-tratos a animais durante o período da pandemia.

Entre 15 de março de 30 de junho deste ano foram registradas pela entidade 482% mais denúncias sobre o tema em comparação com o mesmo período do ano passado.

Lares temporários

O trabalho de recolhimento de animais e encaminhamento para adoção no município é feito por entidades voluntárias.

O poder público municipal interfere pelo setor de Zoonoses apenas quando o animal está em perigo eminente de vida, com algum ferimento ou machucado.

Com a grande quantidade de animais, faltam lares temporários, que os acolhem durante o processo de busca de um novo tutor.

“Atualmente, por falta de famílias dispostas a acolher, as famílias temporárias acabam tendo em média quatro animais hospedados, sobrecarregando a família que normalmente já tem seus próprios animais”, releva a voluntária da Gang dos Patinhas, Kelly Puccini.

As divulgações estão sendo feitas pelas redes sociais, mas as feiras antes feitas semanalmente fazem falta para engajar novas adoções.

 

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