No dia 25 de maio é celebrado o Dia Nacional da Adoção no Brasil, data que serve ao propósito de divulgar esse ato de amor e orientar sobre os procedimentos legais para quem quer adotar um filho.
Foi o que fez o casal de professores, Samuel Gessner e Adriana de Oliveira Ferreira, de Corupá, que sempre tiveram a vontade de adotar. Adriana já participou de um trabalho voluntário em um abrigo de criança e foi ali que surgiu a vontade de entrar para o mundo da adoção.
“Eu fiz trabalho voluntário em um abrigo, onde tinha crianças pequenas e lá tinha um menininho que ninguém queria levar, porque ele era maiorzinho. Foi aí que veio na minha cabeça que eu queria um dia poder adotar, mas eu queria maiores. Porque esse menino sempre falava que todo mundo ia buscar os bebês e deixava ele lá e foi aí que surgiu a minha vontade. E quando eu conheci meu marido Samuel, compartilhei com ele e foi onde a gente decidiu adotar, ” disse Adriana.
No final de 2017 o casal deu o primeiro passo para adoção. Como o perfil deles era bem amplo, em maio do ano seguinte eles já tinham sido chamados para a primeira criança. Acabou não dando certo, mas a família nunca desistiu e continuou na espera.
A princípio, Samuel e Adriana estavam se preparando para três crianças maiores, quando foram surpreendidos em uma ligação informando que na verdade seriam quatro.
“Eu liguei para a assistente social para saber se eu poderia levar chocolate para as crianças do abrigo na primeira visita e ela falou assim: ‘Pode, o pequeno vai gostar’, dai eu fiquei ‘Mas que pequeno,’ e ela disse ‘É que na verdade eles não são três, eles são quatro irmãos’. Daí eu disse para a assistente social que eu só ia para a visita se a gente pudesse ficar com os quartos”, disse a mãe.
Samuel lembra que no primeiro encontro que tiveram com os quatro irmãos, foram apenas como recreadores de festas e ao longo das visitas foram surpreendidos com o amor e carinho daquelas crianças.
“No primeiro encontro fomos apenas como recreadores para eles. Eles nem faziam ideia de que estávamos lá para adotá-los. Foi muito bacana. No segundo encontro, em outubro de 2018, as assistentes sociais e psicólogas do abrigo já haviam conversado com eles, iniciado o trabalho de aceitação. Nesse segundo encontro, levamos eles para passear pela cidade. Já ao entrar no carro, Eloíza, na época com 4 anos, perguntou para a Adriana se ela seria sua nova mãe. Adriana respondeu que se ela quisesse, sim. Nesse mesmo passeio num parquinho, Eloíza me chamou de pai. Disse ela: “pai vem me balançar”, lembrou Samuel.
Em 2019 a família já estava completa. A espera para conseguir finalmente os tão sonhados filhos foi repleto de ansiedade e angústia, mas no final valeu a pena cada segundo. Samuel conta que a fase de adaptação das crianças com o casal não teve nenhum problema.
“A fase de adaptação foi tranquila. Moramos no interior, em um sítio, mesmo terreno de meus pais, algo que para as crianças também fez e faz muita diferença”, concluiu o pai.
Como o adotado lida com a adoção
A estudante de pedagogia, Bruna Luiza Lago, de Jaraguá do Sul foi adotada nos primeiros dias de vida. Hoje com 19 anos, a jovem conta que desde o início a família nunca escondeu que ela era adotada.
“Nasci no Paraná e depois de oito dias após meu nascimento, a minha família foi me buscar. Meus pais nunca fizeram um mistério sobre minha adoção, sempre deixaram claro e conforme eu fui crescendo, fui compreendendo que era ‘filha do coração’ e me sentia muito feliz com isso“, conta a estudante.
Para muitos pais, contar que o filho foi adotado ainda é uma decisão delicada, mas algumas crianças ou adolescentes podem querer saber mais sobre a história para tentar entender por que foram colocados para adoção.
Bruna ainda lembra aos pais que querem adotar, mas tem algum receio, que essa é uma atitude linda e que pode mudar a vida de milhares de crianças.
“Para todas as pessoas que têm o sonho de ter um filho ou filha, não tenham medo de adotar uma criança, pois essa é uma atitude linda, de coragem e amor. A adoção é um plano de algo muito maior do que nós mesmos e a criança adotiva se sentirá muito amada, assim como eu me sinto,” concluiu a jovem.