Atividades na escola Julius Karsten mostram importância da inclusão

Jenifer e Juliana são alunas do Atendimento Educacional Especializado | Foto Eduardo Montecino/OCP News

Por: Gustavo Luzzani

29/08/2018 - 10:08 - Atualizada em: 29/08/2018 - 11:53

Ao andar pelos corredores da Escola de Educação Básica Julius Karsten, no bairro Rau, os alunos passavam despercebidos pela entrada do Serviço de Atendimento Educacional Especializado (Saede).

Para inserir os estudantes da instituição nos trabalhos realizados na sala, a escola fez atividades na Semana Nacional da Pessoal com Deficiência, dos dias 21 a 28 de agosto.

A ideia foi da diretora da escola, Margarete Menestrina Luzzani, 51 anos, e as atividades planejadas pela professora do Saede, Maria Lúcia de Paula, 56 anos. O projeto consistia em convidar alunos da escola para visitar o local, demonstrando com atividades como as pessoas com deficiência aprendem.

De acordo com Maria, para cada faixa etária era aplicada uma metodologia diferente. Nos primeiros anos, ela buscava ensina-los sobre o tema e a respeitar. Do 7º ano em diante, a professora queria mexer com o sentimento deles. “Teve pais que quiseram participar das dinâmicas”, conta.

Maria Lúcia não realizou as atividades sozinha, pelo contrário, ela contou com o apoio de dois instrutores de libras surdos, que trabalham na escola: Sabrina Gaedke Cidral, de 30 anos, e Marcelo de Oliveira Freitas, de 35 anos.

Sabrina e Marcelo são instrutores surdos de libras da Julius Karsten | Foto Eduardo Montecino/OCP News

“A família não conhece o trabalho do atendimento especializado. Eles vem aqui para aprender e aplicar a metodologia correta em casa”, conta Marcelo.

O projeto atingiu toda a comunidade escolar, sensibilizando os alunos a entenderem que tudo no Saede acontece para ajudar as pessoas que tem mais dificuldades. “Eles aprendem, de uma forma diferente”, ressalta Sabrina.

Segundo Maria, o Atendimento Especializado da Julius Karsten não foca apenas em ensinar conteúdo e contexto escolar. “O principal objetivo é fazer com que as crianças especiais possam adquirir uma vida com qualidade e dignidade”, destaca.

Metodologia de sucesso

A professora conta que o trabalho foi mais aproveitado e absorvido do que se fosse voltado ao grande público. Com menos pessoas e um ambiente mais calmo, eles sentiram na pele o que acontece dentro do Saede e conseguiram assimilar quais são os conceitos trabalhados.

“Não vou conseguir atingir os 1.200 alunos, mas grande parte sim”, frisa.

Maria fez a conexão com os alunos da escola nas atividades | Foto Eduardo Montecino/OCP News

Com o lápis na mão, olhos arregalados na folha sulfite, e um sorriso profundo, Jenifer Lopes Carvalho, de 12 anos, demonstrava sua felicidade.

A menina estava junto com Juliana Escobar, de 11 anos, na sala de atendimento especializado da escola. “Gosto muito de ficar aqui, posso fazer muitas coisas e aprender bastante”, conta Jenifer.

Educação especializada na Julius Karsten

A educação especial começou em 1994, na Julius Karsten, quando tinha uma sala de recurso para atender alunos com deficiência.

Ano passado, o novo Saede foi inaugurado e desde então se tornou um grande espaço com compromisso e objetivos bem definidos, capaz de transformar a realidade de pessoas com deficiências.

Segundo a diretora da escola, a instituição tem 41 alunos com deficiência, sendo três surdos, dois com síndrome de down, e o restante entre TDH (Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade), autismo leve e deficiência leve e moderada.

“O projeto envolveu toda a escola e as turmas puderam participar, assistindo e aprendendo um pouquinho mais sobre educação especial”, avalia.

Maria planeja uma crescimento da educação especializada em toda a comunidade após essa semana cheia de trabalhos. “A minha vontade é plantar uma sementinha no coração deles, que já está ótimo”, conclui.

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