Quando procuramos respostas sobre o sentido da vida, dois elementos, dentre tantos que possam compor nossa reflexão, nos fornecem significativas respostas: “amor” e “trabalho”. Elementos estes com acepções tão adversas e ao mesmo tempo tão associados à existência humana. Soa, inclusive, descabido qualificar o primeiro como elemento, pois “amor” não se explica, basta que se sinta. Ademais, sempre foi e sempre será assim. Mas, o mesmo não se pode dizer do “trabalho”.
Sob ponto de vista etimológico teríamos então, de um lado, prazer, felicidade, deleite, satisfação e, de outro, dor e sofrimento. Portanto, vamos ao “trabalho”, pois este é passível de explicação, sentido, evolução, cabendo-lhe até um dia em dedicação (1º de maio). Entre sua origem etimológica do latim “tripalium” (instrumento de tortura), até sua contemporânea condição de auto realização pessoal, podemos reconhecer uma significativa evolução.
A propósito, a história registra muitas explicações acerca da dimensão e conotação do “trabalho” ao longo dos tempos e das estruturas sociais. Na sociedade greco-romana seu fundamento era a escravidão. Na sociedade feudal, vinculava-se à servidão. Nas sociedades tribais, sua base era a cultura e unidade social. Na sociedade capitalista, caracterizada pela revolução industrial, transforma-se em mercadoria, embora Max Weber tenha explicado, sob a ótica protestante, como sendo uma benção divina. Já, Karl Marx, manifestou a conflitante relação capital trabalho por meio da “mais valia”. Émile Durkheim propôs a divisão do trabalho como meio de solidariedade orgânica desta classe. Frederick Taylor o teorizou racional, produtiva e cientificamente. Friedrich Hegel o condicionou como elemento de autoconstrução do homem.
Embora essas concepções históricas possam nos parecer fragmentadas, cabe-nos atualmente uma conclusão: se passamos praticamente 1/3 de nossa vida dedicada ao “trabalho”, é imperativo que encontremos sentido, ou do contrário, suportamos sua primitiva condição de “tripalium”.
Salve o dia do trabalho!
