Anvisa monitora eficácia de vacinas contra a variante Ômicron

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Por: Elissandro Sutil

02/12/2021 - 15:12 - Atualizada em: 02/12/2021 - 15:19

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, nesta quarta-feira (1º), um comunicado informando que está analisando a eficácia das vacinas aplicadas na população contra a variante Ômicron, que surgiu na África do Sul.

A nota informa que o órgão está monitorando, juntamente das fabricantes, se as vacinas atuais são eficazes ou não contra a nova variante.

Confira:

“A Anvisa informa que está trabalhando ativamente com os reguladores internacionais e desenvolvedores dos imunizantes para possibilitar uma atuação rápida diante de potenciais impactos da nova variante Ômicron nas vacinas contra Covid-19 usadas no Brasil.

É importante ressaltar que, até o momento, não se conhece esses impactos.

As empresas desenvolvedoras farão testes de desempenho das vacinas contra a nova variante Ômicron. A expectativa é que, nas próximas semanas, estejam disponíveis os dados das avaliações iniciais.

O órgão mantém o compromisso de atuar juntamente com as autoridades internacionais e as empresas envolvidas para permitir que as atualizações nas vacinas, caso necessárias, sejam realizadas com agilidade, mantendo o perfil de qualidade, eficácia e segurança.

A agência solicitou às desenvolvedoras de vacinas autorizadas no Brasil informações sobre os estudos em andamento. A solicitaçao foi encaminhada aos laboratórios Pfizer, Butantan, Fiocruz e Janssen.

A Anvisa exige, para as vacinas autorizadas, que os desenvolvedores monitorem e avaliem o impacto das variantes na eficácia e na efetividade dos imunizantes. É preciso observar, porém, que esses estudos demandam tempo, uma vez que é preciso obter informações genéticas e amostras de pacientes para então realizar os testes e a análise.

Atenção! As vacinas atuais permanecem efetivas na prevenção contra a Covid-19 e desfechos clínicos graves, incluindo hospitalização e morte.

O momento é de cautela. A melhor coisa que a população pode fazer é ser vacinada ou receber o reforço do imunizante e manter as medidas de prevenção, como o uso de máscara, a higienização das mãos e o distanciamento social.

A Anvisa está monitorando a situação e fará comunicados à população à medida que as informações forem apresentadas e avaliadas.”

Variante Ômicron

O surgimento de uma variante no novo coronavírus confirmado em regiões da África preocupa especialistas internacionais de saúde. Batizada de Ômicron, letra grega correspondente à letra “o” do alfabeto, a cepa B.1.1.529 foi identificada em Botsuana, país vizinho à África do Sul, em meados de novembro.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a variante pode se tornar responsável pela maior parte de novos registros de infecção pelo novo coronavírus em províncias sul-africanas.

Onde a variante foi identificada?

Além de países vizinhos a Botsuana, como a África do Sul, Lesoto, Namíbia, Zimbábue e Eswatini (ex-Suazilândia), casos da variante Ômicron também foram registrados em outras regiões: Hong Kong, na China, foi a primeira delas.

Israel e Bélgica também tiveram registros, casos que seguem isolados.

O que há de diferente?

Nos casos analisados, constatou-se que a variante é portadora de dezenas de mutações genéticas que podem afetar os índices de contágio e de letalidade.

A OMS, entretanto, afirmou que ainda não há estudos suficientes para afirmar as propriedades da Ômicron, mas que já existem esforços científicos acelerados para estudar as amostras.

Um time de cientistas de universidades da África do Sul está decodificando o genoma da Ômicron, juntamente com dezenas de outras variantes do novo coronavírus.

Tulio de Oliveira, diretor do Centro para Respostas e Inovações Epidêmicas da universidade de KwaZulu-Natal, afirmou em coletiva de imprensa que a variante Ômicron possui “uma constelação incomum de mutações”.

A variante Delta, por exemplo, possuía duas mutações em relação à cepa original do novo coronavírus, enquanto a Ômicron possui cerca de 50, sendo 30 delas localizadas na proteína Spike, responsável por infectar células saudáveis, explicou o brasileiro.

*Com informações de Agência Brasil.