A Sexta-feira Santa está chegando, e com o período da quaresma, vem também uma procura maior por peixes no mercado. Faltam apenas três dias para a o feriado religioso, e os peixes são a tradicional opção no lugar da carne, restrita na data. Enquanto o consumidor busca a melhor opção, produtores e comerciantes se preparam para atender a demanda.
Segundo o tesoureiro da Associação Jaraguaense de Aquicultores (AJA), Laécio Kroeger, a procura ainda está abaixo do esperado. “Até agora está meio devagar, acho que o povo está deixando para a última hora, geralmente é na última quinta-feira que as vendas sobem”, destaca. De acordo com ele, a crise pela qual o país passou pode ter seu papel nas vendas mais lentas. “Acho que o povo anda meio sem grana, por isso está comprando menos”, diz, ressaltando que 2017 não foi um bom ano para as vendas.
Outro fator que pode ter afetado as vendas é a expansão do mercado de peixes na região, avalia o piscicultor. “Temos muitos pesque-pagues, muitos produtores, e isso meio que fragmentou o mercado”, explica. Com o aumento da oferta, sobram menos clientes para a associação e para cada pesque-pague. Para atender a procura nos últimos dias da semana santa, a associação estará na região do Mercado Municipal com o Caminhão do Peixe, na quinta-feira, das 7 às 17h, e na sexta-feira, das 7h às 11h.
No mercado municipal, a procura é liderada pela tilápia, conforme nota Renilda Wagenknecht, da Associação dos Pequenos Agricultores Familiares e Artesanais de Jaraguá do Sul (Apeafa) – que faz a revenda dos produtos da AJA. Segundo a comerciante, a semana santa tem aumentado bem a procura por peixes em geral, com destaque para o filé de tilápia. “As pessoas gostam pois quase não tem espinhas”, comenta. Além do filé, vendido a R$ 29,50 o quilo, outros produtos procurados incluem a Carpa Capim, a R$ 11,00 o quilo e a sopa de tilápia congelada, por R$ 11.
Segundo o gerente do hipermercado Giassi, Odair Bortoluzzi, Jaraguá do Sul tem surpreendido nas vendas de peixe. “A quaresma tem impulsionado bastante as vendas, muita gente ainda tem o hábito de comer peixe na sexta-feira santa, embora em sua maioria estejam deixando para a última hora”, explica. Na semana, as vendas de pescados cresceram cerca de 25% – e a projeção para quinta-feira é de um crescimento de até 50% nas vendas.
Bortoluzzi destaca entre os pescados o salmão, que tem liderado a procura na rede devido a uma baixa considerável nos preços. Dos R$ 69,90 o quilo no ano passado, o filé de salmão caiu para R$ 49,90 o quilo – uma redução de 26,6%. Ao mesmo tempo, outro produto da sessão de frutos do mar se mantém fora do alcance de muitos dos consumidores: o camarão. “Costumávamos ter uma boa procura por camarão, mas com a alta no preço e a queda na oferta o consumidor tem evitado um pouco”, explica. Por outro lado, a busca por peixes de água doce tem aumentado.
Alguns consumidores se anteciparam e já compraram peixe para a data, depois de pesquisar os melhores preços. Esse é o caso do químico industrial Flávio Donizete de Freitas e a aposentada Vera Freitas, que optaram pelo bacalhau. “Nós procuramos onde estaria mais em conta”, contam. Além da peça para a sexta-feira santa, o casal está habituado a procurar peixes por um bom preço. “Sábado a gente foi para Barra do Sul para comprar um peixe para fazer na grelha, pagamos cerca de R$ 60 por um peixe de quatro quilos”, explica.
Caminhão do Peixe
Local: Avenida Getúlio Vargas, próximo ao mercado municipal
Horário: quinta-feira, das 7h as 17h
Sexta-feira, das 7h as 11h.