Agosto Dourado: jaraguaenses destacam a importância da amamentação e do apoio às mães

Por: Natália Trentini

15/08/2020 - 06:08

Horas mal dormidas, dedicação, paciência, adaptação a nova rotina e, para algumas, dores acompanhando. Existe muito no ato de amamentar uma criança além da vontade.

Discutir o universo do aleitamento materno movimenta entidades e grupos de mães ao redor do mundo durante o mês, na campanha chamada Agosto Dourado.

Ainda existem muitos mitos difundidos socialmente a respeito da amamentação, destaca a doula Giovana Bongiovani como a ideia de “leite fraco” ou de que o bebê “faz o peito de chupeta”.

Além de tratar da conscientização sobre a importância real e científica dessa alimentação para os bebês, a profissional ressalta a falta de amparo para mulher encarar a questão.

“Lembro bem dos dias difíceis de puerpério, da dificuldade de ter um bebê recém-nascido em casa, de corrigir a pega no seio que doía. A amamentação é um pacto de saúde pública e social. Não é responsabilidade exclusiva da mãe. Nós precisamos que todos entendam isso e façam sua parte”, defende a mãe de Raul, hoje com 5 anos.

Giovana amamentando o pequeno Raul. Foto Arquivo Pessoal

A doula ressalta que além fortalecer o vínculo entre a mãe e o bebê, a amamentação diminui os riscos de a mulher desenvolver anemia, osteoporose, doenças cardíacas, câncer de mama e de ovário, hemorragia pós-parto e outros fatores.

“Além de que o leite materno é o único alimento realmente completo para aquele bebê que acabou de nascer e está em crescimento constante, fornecendo energia, nutrientes, auxiliando no desenvolvimento do sistema oral, respiratório, intestinal e outros”, elenca Giovana.

Livre demanda

Com um ano e um mês, Isac Silveira Corrêa ainda conta com o superalimento produzido pela mãe Ana Carolina, 32 anos. Perceber os benefícios da amamentação para o filho fez ela manter a livre demanda entre os afazeres do dia a dia.

Isac se alimentou exclusivamente de leite materno até os 6 meses. Mesmo quando Ana voltou ao trabalho, 4 meses após o parto, houve o esforço de manter essa recomendação.

Nesse período, o leite fornece todos os nutrientes que o bebê precisa, além de proteger contra diversas doenças.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a amamentação durante dois anos ou mais.

Mas se hoje o ato virou parte da rotina, Ana Carolina encarou desafios. No caso dela, foi com o início da apojadura – que é o processo natural de iniciar a produção de leite materno após o parto.

Ana e Isac. Foto Arquivo Pessoal

“Isac tinha bastante dificuldade para fazer uma pega adequada, pois as mamas ficavam ingurgitadas com frequência. Essa dificuldade na pega causou algumas fissuras no mamilo e precisei de acompanhamento específico para poder tratá-las”, comenta.

“Os dois primeiros meses foram de muitos ajustes e apesar de todas as dificuldades, não pensei em desistir”, lembra.

Estar bem informada sobre o assunto, acreditar no potencial de nutrir o próprio filho e ter ao redor profissionais, pessoas que tiveram boas experiências com amamentação e o apoio dentro de casa foi fundamental.

Mais de 10 meses só de leite

A especialista em RH, Jessica Scheidemantel, 32 anos, queria muito amamentar quando engravidasse. Quando soube da chegada do Arthur, hoje com 1 ano, foi logo se aprofundar no tema.

A conexão foi tanta que quando o filho “largou o peito”, ficou uma saudade. “Não foi fácil, mas de qualquer forma me orgulho muito da nossa história, pois foram meses de muita dedicação para ele”, conta.

Foram 11 meses de amamentação exclusiva e Arthur adorava. Quando a alimentação complementar foi inserida diante a da redução da produção de leite, ele naturalmente não quis mais o leite. Algo que a mãe respeitou.

Jessica e Arthur nos primeiros dias de amamentação. Foto Arquivo Pessoal

“São muitos benefícios, procurei manter a amamentação o máximo possível, pois eu sabia que isso faria muita diferença para a saúde e imunidade do meu filho, sem falar na praticidade de ter sempre o alimento dele pronto com os nutrientes ideais para ele e na temperatura correta”, ressalta.

No caso dela, todo o processo com a amamentação transcorreu sem problemas, sem dores. “Apesar de ser cansativo e muitas vezes exaustivo para uma mãe, eu gostava muito desse nosso momento”, relata.

Foto Arquivo Pessoal

Para Jessica, é importante tratar desse tema, especialmente sobre os desafios que cercam essa nova rotina e as informações que incentivam o uso de bico e outros itens artificiais.

 

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