Resíduos orgânicos geram adubo para hortas comunitárias

Foto: Eduardo Montecino/OCP Online

Por: OCP News Jaraguá do Sul

08/06/2016 - 04:06 - Atualizada em: 10/06/2016 - 08:38

O preço pago pelo quilo da banana vendida em supermercados, feiras e mercadinhos de bairros embute outro gasto, fixo e invisível aos olhos do consumidor. Isso porque todo o lixo orgânico doméstico não aproveitado na forma de adubo, incluídas as cascas de bananas, gera um segundo custo, de R$ 0,34 o quilo, com a coleta domiciliar e transporte até o aterro sanitário de Mafra.

Hoje, este serviço terceirizado custa aos contribuintes do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) algo em torno de de R$ 11 milhões ao ano, ou R$ 337 por tonelada recolhida nas residências. “Em média, 52% das 100 toneladas diárias de lixo doméstico que a cidade produz é orgânico. A cada mês são 2,3 mil toneladas e metade disso poderia virar adubo”, diz o presidente da Fujama (Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente), Leocádio Neves e Silva, acrescentando que o custo atual de coleta e transporte do lixo doméstico poderia ser reduzido à metade se houvesse conscientização das pessoas.

De olho nesta conta a fundação desenvolve ações que, no futuro, poderão resultar na redução dos gastos e, consequentemente, com a produção de alimentos saudáveis para milhares de pessoas. Uma delas é o incentivo à compostagem do lixo orgânico doméstico, transformando-o em adubo.

São três projetos piloto em andamento, um deles no bairro Jaraguá 84, em área em frente ao Presídio Regional e considerada por Neves e Silva, como “a mais bonita e organizada horta comunitária do município” entre as cerca de 20 existentes. Ali, mais de 30 famílias cultivam o espaço, cada qual delimitado, com hortaliças e legumes.

Da fábrica de pré-moldados da Prefeitura sai a estrutura em concreto necessária para a caixa de compostagem, onde os restos orgânicos precisam apenas ser revirados por algum tempo, até que tudo fique bem seco para ser misturado à terra. As minhocas se encarregam da oxigenação e processamento do solo. Mesmo que não faça parte da horta, qualquer pessoa pode depositar restos de alimentos não cozidos.

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Supermercados são alvo
Outra ação, ainda em negociação, envolve os supermercados de Jaraguá do Sul, não incluídos na coleta domiciliar. Estes estabelecimentos comerciais são grandes geradores de lixo orgânico. Não há números oficiais, mas presume-se que cada unidade produza, diariamente, cerca de 500 quilos entre folhas e frutas que não podem ser comercializadas.

Há poucos dias, o presidente da Fujama reuniu-se com dirigentes da Associação Catarinense de Supermercados (Acats) para conhecer um projeto piloto desenvolvido em Florianópolis. Ao contrário da proposta local, na capital tudo é destinado para instituições que acolhem dependentes químicos.

O material produzido é ensacado e vendido. “Esta parceria resulta em uma ótima terapia para os internos, em fonte de renda e, ainda, em solução para os restos orgânicos”, observa Leocádio.

Tudo é reaproveitado
A sugestão para as famílias que têm o hábito de cultivar hortas é aproveitar ao máximo as sobras de alimentos, inadequadas ao consumo, como cascas de ovos, frutas e verduras estragadas e borra de café, para a compostagem. O processo gera uma poderosa fonte de nutrientes para jardins, hortas, vasos e floreiras. Outros tipos de resíduos como erva de chimarrão, restos de cortes e palha também podem se transformar em composto orgânico. No site da Fujama (www.jaraguadosul.sc.gov.br/fujama) há dicas de como proceder.