A combinação de chuva, alagamentos, congestionamentos, acidentes e dificuldades de desobstruções de vias compõem a receita perfeita para cenário caótico no trânsito de Florianópolis. O que aconteceu no final de tarde desta quinta-feira (12), quando as principais avenidas e rodovias da Capital travaram, foi apenas uma prévia do que vem por aí, com a aproximação do verão e a chegada de muitos turistas.
A quantidade de veículos registrados na cidade – mais de 300 mil segundo dados do Denatram – vai aumentar com a vinda de turistas para a região nos próximos meses. Para piorar, a estrutura geográfica da Ilha de Santa Catarina, somada à ineficiência da gestão do trânsito, contribuem para a falta de perspectiva de melhora no cenário. Confira os motivos que fazem o problema só aumentar:
1 – Chuvas de final de tarde
Chuva no final de tarde contribue para complicar o trânsito | Foto Divulgação
Com a aproximação do verão, será cada vez mais frequente a ocorrência de tempestades localizadas nos finais de tarde. De acordo com os serviços de meteorologia, e da Defesa Civil estadual, o encontro de massas de ar quente com áreas de instabilidade são combustíveis para a formação de nuvens carregadas. As chuvas geralmente são rápidas e de grandes volumes, acrescidas de ventos fortes, que dificultam o tráfego de veículos provocando os primeiros engarrafamentos na cidade.
2- Alagamentos provocados pelas chuvas
Alagamentos de vias de bairros da região são frequentes | Foto Divulgação
Com as chuvas em grandes volumes, e em períodos curtos, vêm os alagamentos. Os trabalhos de limpeza urbana realizados ao longo do ano, de desobstrução bueiros, por exemplo, são insuficientes para o escoamento completo da grande quantidade de água. Resultado: alagamentos ajudam a complicar ainda mais o trânsito. Rodovias estaduais que cruzam a Ilha e vias estreitas de bairros da Grande Florianópolis costumam encher rapidamente, impedindo o fluxo de veículos.
3 – Filas intermináveis
Beira Mar Norte ficou congestionada durante a tarde desta quinta-feira (12) | Foto Ewaldo Willerding/OCPNews
Quem vive em Florianópolis, sabe: ficar preso em filas do trânsito já faz parte do roteiro. Não raro se perde compromissos (ou se chega atrasado) por conta de congestionamentos em vários pontos da cidade – e a qualquer hora do dia. Tanto que a cidade já vem sendo chamada de Filanópolis. A Beira Mar Norte, a SC 401 e a Via Expressa (ou estressa) são os maiores exemplos. As autoridades de trânsito já não elegem mais horários específicos, tamanha a grande quantidade de veículos circulando – segundo estimativas da Polícia Militar Rodoviária estadual (PMRv), cerca de 50 mil veículos costumam passar pela SC 401 rumo às praias nos finais de semana, número que aumenta na alta temperada de verão.
4 – Acidentes e enguiços são frequentes
Carro pegou fogo na Beira Mar Norte nesta quinta-feira | Foto GMF/Divulgação
A relação é imediata. Com as filas, vêm os acidentes. E para piorar, veículos com problemas contribuem para que as filas cresçam com rapidez. O que aconteceu nesta quinta-feira foi um exemplo clássico: o micro-ônibus que estragou na SC 401, sentido praias, no morro do bairro João Paulo, travou o fluxo de veículos e, em pouco tempo, os congestionamentos estavam espalhado pela cidade. Com este problema, vieram outros. Um caminhão estragou no acesso ao elevado do CIC por volta das 19 horas e, logo em seguida, um carro pegou fogo bem próximo. Resultado: os motoristas precisaram de quase duas horas para atravessarem a Beira Mar Norte, sentido bairros, no final da tarde – um trajeto que podem ser feito em 20 minutos em condições normais de trânsito. Para piorar, acidentes e enguiços acontecem a toda hora, piorando a situação do trânsito.
5 – Dificuldades de remoção de veículos
Guincho foi removido do acesso às pontes para retirar micro-ônibus na SC 401 | Foto GMF/Divulgação
Na sequência dos acidentes e enguiços, vêm as dificuldades de remover veículos com problemas nas principais vias de Florianópolis. Mais uma vez o exemplo desta quinta-feira serve de modelo. O micro-ônibus teve problemas na SC 401 por volta das 15 horas e só foi retirado da pista por volta das 18 horas. Ainda assim porque o guincho contratado pela prefeitura da Capital foi descolado dos acesso das pontes para a rodovia estadual. Para conseguir chegar até o bairro João Paulo, passando por toda a Beira Mar Norte lotada de carros, foi preciso a ajuda Guarda Municipal que escoltou o guincho. Com sirene aberta, o carro da GMF abriu caminho. Mas aí a fila estava formada e até por volta das 20 horas o problema seguia na região. E sorte que neste momento não aconteceu outro acidente na ponte, porque, sem o guincho por lá, o drama seria maior.
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