25 motivos para sorrir: Maria Elaine acredita que só a cultura pode abrir os horizontes

Durante o mês de julho, 25 pessoas vão ilustrar a campanha “Temos 25 motivos para sorrir”, que o Grupo Breithaupt está desenvolvendo em parceria com a Rede OCP News e a 105 FM. O objetivo da série é contar as histórias de pessoas que compartilham o mesmo dia de aniversário com Jaraguá do Sul: 25 de julho. Confira!

A leveza dos movimentos, a postura e a fala tranquila, entregam que a gaúcha Maria Elaine Azzolin de Ávila, que completará 58 anos, é adepta da yoga. De pés descalços, sentada na posição de lótus com a cuia de tereré (refresco de erva-mate) ao lado, ela brinca que é uma gaúcha “degenerada”, pois não costuma tomar o chimarrão tradicional e nem come churrasco, já que é vegana.

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A partir de então, passou a vir para Jaraguá do Sul ministrar aulas na unidade local. Por oito anos trabalhou dessa forma e, depois de mudar para Pomerode, foram mais oito anos nesse ‘vai e vem’.

“Faz muitos anos que convivo com a cidade e a vi se transformar. Vi esse edifício (onde mora) ser construído há tempos atrás. Embora eu não fizesse parte da rotina da cidade, eu pude ver o florescimento de Jaraguá”, recorda.

Há três anos, Maria Elaine passou a morar em Jaraguá do Sul. Para ela, a cidade está cada vez mais linda, mais organizada, mais florida. Diz que viu muita gente chegar ao município em busca de oportunidades e mesclar a cultura local. “Aqui meu nome é trabalho”, afirma. Hoje, a professora atua no Senai e na Uniasselvi.

Maria Elaine pratica yoga há mais de 30 anos e afirma ser muito disciplinada | Foto Eduardo Montecino/OCP News

Conforme explica, a disciplina de História é um estudo atualmente em extinção.

“As humanas em geral, né? A sensação que eu tenho é que vou concluir meu ciclo e as humanas também, porque ninguém mais quer, ninguém mais gosta e parece que ninguém mais precisa disso. Eu penso, às vezes, que é um conhecimento que não é mais necessário”, opina.

No entanto, admite que as pessoas estão se renovando, se adaptando às novas tecnologias e com as transformações culturais. Além disso, garante que a Moda, área em que tem atuado, revitalizou a História. E, por esta razão, sente-se muito feliz em encerrar seu ciclo com esse olhar, “que é um olhar revigorante, valorizado, porque a Moda valoriza muito a História”.

Em busca de equilíbrio

Extremamente ligada às questões espirituais, ela diz que a espiritualidade é sua verdadeira vida, a sua essência. Acredita que seu momento cronológico a conduz para uma reflexão mais interiorizada.

“Chega uma hora em que a gente descobre que não é fora que estão as respostas e as soluções, e a verdadeira satisfação de viver. Essa é uma prática bastante isolada minha, é bem particular”, aponta.

Praticante de yoga há mais de 30 anos, afirma ser autodidata. Diz ter iniciado a prática embaixo de um pé de cinamomo. Também lê os Vedas, a bíblia do mundo oriental, especialmente da Índia. Seus ensinamentos, enfatiza, não são muito diferentes de qualquer livro sagrado.

“São ensinamentos compatíveis com todos os demais. Eu sou universal, respeito todas as religiões e acredito em Deus sobre todas as coisas”, pontua.

Filhos do coração

Sem familiares em Jaraguá do Sul, Maria Elaine conta com a companhia da gata, Nina, que resgatou da rua. O nome, revela, é o diminutivo de menina, maneira como chamava e instigava o animal a chegar mais perto, até trazê-la definitivamente para casa.

A professora não teve filhos biológicos, opção que fez ainda jovem. Mas, por meio da profissão, acolheu muitos alunos ao longo dos anos.

“Na verdade, eu tenho muitos filhos, meus alunos são meus filhos. Aqui em Jaraguá eu tenho centenas de alunos e ex-alunos que são pessoas amigas e que eu guardo no coração com muito carinho”, garante.

Defensora da cultura, seu desejo para Jaraguá do Sul é um apoio maior ao setor. A professora conta que viu a Scar (Sociedade Cultura Artística) ser construída e frequenta o Teatro do Sesc, mas acha que a cidade precisa de mais. Lamenta o fechamento do Gats (Grupo Artístico Teatral) e enfatiza que o fomento à cultura é necessário.

“Nesse mundo tecnológico e quadrado em que a gente está vivendo, só a cultura pode abrir os horizontes”, conclui.

 

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