Por Heloísa Jahn | Foto Eduardo Montecino
Muitas mãos são responsáveis por movimentar as engrenagens que sustentam a Sociedade Cultura Artística (Scar), em Jaraguá do Sul. Este trabalho colaborativo ficará cada vez mais em evidência com o modelo de gestão que será aplicado pela nova diretoria da entidade, que completa 61 anos nesta quinta-feira (8).
Composta por Gilmar Moretti como presidente, Ana Barbara Buchmann como vice-presidente Administrativa e Monika H. Conrads como vice-presidente de Música, a diretoria será a responsável por liderar a fase de renovação dos valores da Scar. Edilma Lemanhê continua como gerente executiva e Udo Wagner, que ocupou o cargo de presidente nos últimos oito anos, passa a compor o Conselho da Scar.
De acordo com o cineasta e diretor de teatro Moretti, que volta à presidência, esse será um dos grandes desafios. “O redesenho da gestão de governança da Scar é algo que já vinha sendo comentado no conselho e até uma sugestão do último presidente (Udo Wagner). Esse modelo de administração é pensando não só no presente, mas também nos próximos anos”, afirma.
As novas propostas devem mudar a forma de administração dentro da entidade, com processos ainda mais eficientes. Tudo isso, mostrando que por trás de cada mudança há um grupo responsável por ela. “A Scar tem se inovado ao longo do tempo, a última grande inovação foi a energia fotovoltaica, que é uma experiência fundamental e inusitada, mas não é só o espaço físico que precisa de mudanças, mas o modelo de gestão também”, enfatiza.
A diretoria permanece até 2019 e tem como objetivo a continuidade de projetos como Música Para Todos (MPT), Mais Dança e Orquestra Filarmônica. A última conta com mudanças: Reinhardt Conrads assume o posto de presidente da Filarmônica, Magnus Behling o de coordenador geral e o musicista Luis Lenzi, de Timbó, será o novo maestro. O grupo trabalha em novo repertório baseado na música brasileira, que deve ser apresentado no próximo mês.
Uma das novidades é a retomada do Festival de Formas Animadas que deve ocorrer em outubro e a implantação do projeto Vida & Arte, que já foi apresentado ao FIA (Fundo para Infância e Adolescência), para uma aproximação com os bairros. “Temos um portfólio de atividades que serão mantidas e estão caminhando bem, mas temos interesse em ir de encontro a comunidade. No passado atuamos mais fortemente com isso, agora voltamos amadurecidos e querendo ampliar. Queremos levar toda a nossa especialidade, os professores-artistas, toda a nossa expertise, para uma interação com os bairros, seja como formação de dança ou música ou apresentações”, planeja Moretti.
Formas Animadas volta a acontecer neste ano, diz presidente
Após quase três anos sem ser realizado, o Festival de Formas Animadas deve voltar à ativa em Jaraguá do Sul neste ano. A informação confirmada pelo presidente da Scar, Gilmar Moretti, é de que o Governo do Estado já sinalizou o repasse para a realização do festival, mas sem valores. “Já temos uma data que é na segunda quinzena de outubro, mas agora estamos acertando os detalhes técnicos.O Governo sinalizou a verba para este ano, que é uma verba módica comparada com outros tempos, mas é coerente com os tempos atuais”, afirma. O evento está programado entre os dias 24 a 28 de outubro.

Após quase três anos de hiato, festival que reúne bonequeiros de todo o país deve voltar em outubro | Foto Lúcio Sassi/ArquivoOCP
Segundo a gerente executiva da Scar, Edilma Lemanhê, o valor solicitado ao Estado no início do ano era de R$ 200 mil, porém eles acreditam que será destinado um valor menor. “Esse seria o valor estimado para fazer um festival no estilo que a gente acha ideal, porém vamos adequar o formato ao orçamento que tivermos”, diz. Trazer uma atração internacional, grupos da região e diminuir os dias de evento são algumas das formas de fazer o festival dentro de um orçamento menor.
Chegando em sua 15ª edição, o festival é reconhecido em todo o país por reunir bonequeiros do Brasil e exterior para apresentações gratuitas ao público e troca de experiências, além de dias de aprendizado através do seminário de Estudos Sobre Teatro de Formas Animadas. O projeto também compreende a revista Móin-Móin, publicação que divulga trabalhos de pesquisadores, técnicos e artistas do gênero artístico.