Em uma decisão considerada histórica pela diretoria, o Grêmio Esportivo Juventus aprovou por unanimidade a constituição de sua Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A deliberação ocorreu em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), realizada na segunda-feira (1º), no estádio João Marcatto, e segue os parâmetros da Lei nº 14.193/2021, que regulamenta esse modelo de gestão no futebol brasileiro.
A assembleia foi conduzida pelo presidente do clube, Paulo Ricardo Raimondi, e contou com a explanação jurídica do advogado Marco José Poffo, da Poffo Advocacia. Ele apresentou os fundamentos legais da mudança, os impactos administrativos e financeiros e os potenciais benefícios da transformação em SAF.
Após debate e esclarecimento das dúvidas dos presentes, o projeto foi aprovado por unanimidade — com a condição de que haja interessados na aquisição dos direitos da nova estrutura.
No encontro, estiveram 15 pessoas — sete dirigentes, o advogado e sete representantes da comunidade. Havia 12 votantes aptos, mas cinco se ausentaram, apenas um deles com justificativa. A proposta da SAF foi aprovada por 7 votos a 0.
“Esta é uma decisão histórica para o Grêmio Esportivo Juventus. A aprovação da SAF reflete o compromisso de nossos associados com a perenidade e o crescimento do clube. Estamos abrindo as portas para investidores que compartilhem de nossa visão e que queiram participar de um projeto sólido e transparente”, afirmou Raimondi.
A AGE também autorizou o Conselho Diretor a tomar todas as medidas necessárias para formalizar a SAF junto aos órgãos competentes, incluindo registros, ajustes estatutários e condução das negociações com potenciais investidores. Embora o clube confirme sondagens, as ofertas apresentadas até agora estão abaixo do necessário para quitar dívidas e viabilizar investimentos.
Recuperação Judicial
Além da mudança estrutural, a assembleia tratou do processo de Recuperação Judicial (RJ) do clube. As medidas apresentadas para o andamento da RJ também receberam aprovação unânime.
A diretoria explicou que a SAF facilitaria o cumprimento das obrigações financeiras, especialmente no pagamento da dívida total, estimada em cerca de R$ 10 milhões. O débito relacionado à empresa de Hudson Moura, por estar em disputa judicial, foi excluído do cálculo que integra a recuperação.
O cronograma estabelecido prevê a entrega da proposta de pagamento ao juiz até 27 de dezembro e a realização de uma assembleia com credores até o fim de janeiro, quando o plano deve ser votado.
Questionados sobre a possibilidade de rejeição da proposta, dirigentes foram diretos: caso isso ocorra, o caminho seria a venda de patrimônio, incluindo o estádio João Marcatto, para quitação da dívida e eventual reconstrução da estrutura do clube em outro formato ou local.
Ou seja, a SAF representa a última grande oportunidade de reerguer o Juventus e recolocá-lo em condições de competitividade. A expectativa agora é atrair investidores e consolidar um projeto capaz de garantir sustentabilidade e futuro ao tradicional clube jaraguaense.
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