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Depoimento de Neilor Vincenzi, comandante dos BVJS desde 2015

Comandante Neilor Vincenzi a frente da corporação. Foto:

Por: Elissandro Sutil

20/09/2021 - 12:09 - Atualizada em: 23/05/2024 - 15:23

Toda criança já sonhou em ser bombeiro, o atual comandante dos Bombeiros Voluntários de Jaraguá do Sul, Neilor Vincenzi, 45, já teve esse sonho e há 18 anos vem realizando esse desejo.

Nascido em Serafina Corrêa, a pouco mais de 200 quilômetros de Porto Alegre, Neilor se mudou para Schroeder e abriu uma loja no ano 2000. Três anos depois, soube de uma palestra que seria realizada pelos bombeiros, em parceria com a Associação Empresarial de Schroeder, para pessoas que quisessem iniciar como bombeiro.

Por ter ficado interessado, ele se inscreveu e iniciou o curso em fevereiro de 2003 e encerrou em outubro do mesmo ano. Foi quando iniciou como voluntário e pouco tempo depois ser efetivado. A data ainda está fresca na mente de Neilor, que dificilmente vai esquecer, 26 de abril de 2004.

Em 2008 ele atuava como subcomandante dos Bombeiros de Barra do Sul e como chefe de equipe em Jaraguá do Sul. O tempo foi passando mas seu sonho continuava a ser comandante de Jaraguá do Sul.

Após anos se dedicando e se aperfeiçoando, em 2015, Neilor foi convidado para ser comandante dos Bombeiros Voluntários de Jaraguá do Sul. Ele prontamente aceitou o cargo, além do desafio que viria junto da 3ª corporação mais antiga do estado de Santa Catarina.

Início da gestão

Como primeiro desafio de sua gestão, e antigo pedido das equipes, Neilor realizou o aumento da reserva técnica de água, que é uma forma de garantir o primeiro combate a um incêndio antes do restante dos bombeiros chegarem.

Foi adquirido um caminhão com maior capacidade de armazenamento de água, aumentando para 18 mil litros de água. Antes disso, a capacidade máxima era de “apenas” oito mil litros.

Frota de caminhões para o combate de incêndios.
Foto: Birdseye.

Os treinamentos e o constante aperfeiçoamento das técnicas de resgate fazem parte da rotina de um bombeiro, e para isso está sendo construído um novo centro de treinamento na sub sede de Nereu Ramos que vai permitir o treino de Brec (Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas) e o manuseio de produtos perigosos.

Outra grande conquista para Neilor, como comandante, foi a reestruturação do quadro operacional. Tanto nos voluntários, quanto nos efetivos.

“Foi uma situação bem marcante, porque quando você tem como meta a aquisição de um bem, “é fácil”. Agora, quando você tem como meta realinhar uma equipe é mais desafiador, porque você vai ao encontro de pessoas que concordam e outras que não e temos que ter uma linha de trabalho. A reestruturação da equipe foi um grande trabalho [para todos]”, conta Neilor.


Foto: Birdseye.

Esses e outros projetos ficaram marcados na passagem de Neilor como comandante dos Bombeiros Voluntários de Jaraguá do Sul.

Em 2010 aconteceu o terremoto no Haiti, pelo fato de ter feito treinos de Brec, Neilor foi convidado pela unidade arcanjo de Indaial para compor a equipe que iria ao Haiti fazer parte da ajuda humanitária. Juntamente da ONG Viva Rio, que tinha uma base no país, Neilor e o restante da equipe participou no resgate de alguns moradores que ainda estavam nos escombros.

“Tenho um prazer de poder ajudar o próximo, por estar a frente da gestão da organização, mas é uma alegria você pode recuperar algum bem, é uma sensação indescritível! Não esperamos nada em troca, um obrigado ou parabéns”, destaca o comandante.

Como comandante, Neilor ficou responsável pela organização da corporação na área operacional e voltado ao comando de ocorrências de grande vulto, mas mesmo diminuindo a rotina diária de atendimento a ocorrências, ele ainda lembra do sentimento de ser bombeiro.

“Quando você combate um incêndio, consegue salvar uma residência ou parte dela e a família vem e te agradece ‘naquele quarto tinha a minha vida inteira e vocês salvaram’. Quando muitas coisas acabam queimando e você consegue recuperar um livro ou álbum de fotos e a família te agradece com todo o carinho, isso não tem preço. Não consigo nem descrever [o sentimento] e são pessoas que você não conhece”, finaliza Neilor.

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Elissandro Sutil

Jornalista e redator no OCP