As raízes culturais de Pomerode preservadas pelos moradores e que encantam mais de um milhão de turistas por ano são o tema de um novo livro a ser lançado no dia 12 de dezembro. “Marcas da Imigração” aborda o passado da Nossa Pequena Alemanha, mas com um olho no presente, naquilo que ainda pode ser visto e vivenciado. A obra, cuja produção levou meses para ser concluída, é assinada por Leo Laps, Aline Fialho e Evandro de Assis, com produção de Tatiane Hansen.
O objetivo do livro é enriquecer a experiência de moradores e visitantes no convívio com o que está no entorno: a paisagem, o jeito de ser das pessoas, a gastronomia, o artesanato, a arte, o trabalho, as indústrias e o próprio turismo. Cada marca deixada pelos imigrantes que colonizaram Pomerode, entre a primeira metade do século XIX e a segunda metade do século XX, é explicada e contextualizada.
Responsável pela pesquisa e pelos textos, o jornalista Leo Laps reuniu material bibliográfico e entrevistou dezenas de pessoas para sintetizar as origens de aspectos variados, como o sucesso industrial de Pomerode, a beleza da arquitetura enxaimel, o apreço do pomerodense pelo trabalho e por jardins bem cuidados, a rica gastronomia e até antigos bonecos de madeira que até hoje dão vida a espetáculos teatrais em Santa Catarina.
— Fotografo e escrevo histórias sobre a economia, a cultura e as paisagens de Pomerode há quase 20 anos. Este livro sintetiza e eterniza todas essas descobertas, e outras tantas que surgiram, de uma forma que, espero, se torne referência dentro da bibliografia que já existe sobre o município — avalia Laps.
Evandro de Assis coordenou a produção e fez a edição do livro. Segundo o jornalista, a parte mais difícil do trabalho foi equilibrar a profundidade da pesquisa com a necessidade de apresentar os conteúdos de forma ágil e interessante.
— É um livro que pode ser lido sem obedecer à ordem da paginação. O leitor ocasional, que encontrou a obra por acaso na escola ou no balcão da pousada onde está hospedado, vai poder abrir em qualquer página e em poucos minutos compreender algo novo sobre Pomerode — avalia Assis.
Na concepção gráfica do livro, a designer Aline Fialho buscou referências em duas manifestações da cultura dos imigrantes preservadas com orgulho pelos pomerodenses: a arquitetura enxaimel e a tradição pascal de pintar ovos de galinha com a chamada Eierkraut, a Erva dos Ovos.
No enxaimel, Aline encontrou inspiração para desenvolver uma nova fonte tipográfica. As letras usadas em títulos e na capa e contracapa lembram as fachadas das casas históricas tão presentes em Pomerode. Da pintura de ovos vieram as cores predominantes da obra.
— O projeto de design busca traduzir os elementos simbólicos que representam os modos de viver, fazer e expressar trazidos pelos imigrantes e hoje mesclados à identidade brasileira. Desejo que o livro inspire o visitante a reconhecer essa herança como fonte de história, criatividade e pertencimento, ampliando as relações entre quem vive e quem visita Pomerode — avalia Aline.
O livro “Marcas da Imigração” será lançado no dia 12 de dezembro, às 19h, na Torten Paradies, Centro de Pomerode. O evento é aberto ao público.
— Esperamos que a cidade encontre nesta obra um verdadeiro espelho, e que os visitantes possam ter uma melhor experiência em Pomerode sabendo mais sobre as origens do que vê e experimenta aqui — deseja Tatiane Hansen.
Marcas da Imigração
Marcas da Imigração é um projeto cultural realizado por Tatiane Hansen, por meio do Programa de Incentivo à Cultura, o PIC, do Governo do Estado de Santa Catarina, aprovado pela Fundação Catarinense de Cultura, e conta com o incentivo de Grupo Kyly, NETZSCH, Olho Embutidos, Nugali Chocolates e Karsten.