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Sidarta Gautama: Como o príncipe se tornou Buda

Por: Priscila Horvat

03/10/2024 - 16:10 - Atualizada em: 03/10/2024 - 16:56

Sidarta Gautama, considerado o primeiro Buda, é uma figura importante envolta em uma rica história. Embora existam muitas incertezas sobre sua vida, acredita-se que ele nasceu em 563 a.C. e tenha morrido aos 80 anos, por volta de 483 a.C.

Seus ensinamentos formaram a base do budismo, uma religião que conta com cerca de 500 milhões de seguidores em todo o mundo (a quarta maior do mundo), incluindo 245 mil no Brasil, segundo Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Sidarta (que significa “aquele que realiza todos os desejos”) nasceu em Lumbini, uma região que hoje faz parte do Sul do Nepal, e foi criado em Kapilavatsu, capital de seu clã, e cresceu sem a companhia da mãe, que morreu sete dias após o parto.

Filho dos reis da dinastia Sakia, foi educado como príncipe em um ambiente de luxo e privilégios, longe das realidades do sofrimento humano. Ele era protegido pela família, que temia que ele fosse influenciado pelos ensinamentos religiosos e pelo sofrimento do mundo exterior.

Aos 16 anos, Sidarta casou-se com Yasodhara, sua prima, com quem teve Rahula, seu único filho. Inclinado à meditação, ao pensamento filosófico e espiritual, logo se tornou uma preocupação para seu pai, que esperava ver, no filho, um herdeiro que assumisse o trono e os deveres de um rei.

Aos 29 anos, movido por inquietações internas, decidiu explorar a vida fora dos muros do palácio, desobedecendo às ordens de seu pai. Durante uma de suas saídas, ele teve o que é conhecido como “os quatro sinais” mencionados no budismo: viu um homem velho, um doente, um cadáver e um asceta (devoto dedicado a orações e privações) meditando.

Esses encontros mostraram a ele a realidade da vida: a velhice, a doença, a morte e a da miséria. Tudo isso impactou sua visão de mundo e o levaram a refletir sobre como era inevitável passar por essas situações.

A busca pela iluminação

Enfrentando uma crise existencial e em busca de respostas, Sidarta renunciou ao conforto de sua vida de príncipe e embarcou em uma jornada de meditação.

Ele viveu como asceta durante seis anos, mas, mesmo assim, não alcançou a iluminação desejada. Um dia, ao ouvir uma música, teve um insight que o fez perceber a importância do “caminho do meio”, um equilíbrio entre os extremos do prazer e da privação.

Assim, ele decidiu se concentrar em uma prática saudável e sustentável. Em um bosque, sob uma figueira, Sidarta sentou-se para meditar e prometeu não se levantar até alcançar a verdadeira felicidade. Este processo de meditação durou 49 dias, até que ele atingiu a plena iluminação espiritual.

O Buda

Após sua iluminação, Sidarta passou a ser conhecido como Buda, que não é um nome próprio, mas um título, que significa “aquele que sabe a verdade” ou “aquele que despertou”. Tal nome também não significa que alguém cresceu tanto a ponto de se tornar um deus, mas apenas a um estado evoluído de consciência.

Ele começou a compartilhar seus ensinamentos, que enfatizavam a superação do sofrimento através da compreensão do desejo. Suas principais doutrinas incluem as Quatro Nobres Verdades, que abordam a natureza do sofrimento e o Caminho Óctuplo, um guia prático para viver de maneira ética e sábia.

Durante os 45 anos seguintes, Buda viajou e ensinou, transformando sua experiência pessoal em uma filosofia acessível a todos. Ele morreu em Kushinagar, no Nepal, aos 80 anos, vítima de uma disenteria.

Segundo conta a lenda, antes de morrer, ele aconselhou: “Que cada um seja uma lâmpada de si mesmo”.

Suas ideias se tornaram a base do budismo, que se espalhou pela Ásia e, posteriormente, por todo o mundo.

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