Um levantamento realizado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) revelou que Jaraguá do Sul possui uma capacidade de investimento de R$ 15 milhões em projetos ligados às leis de incentivo fiscal. O estudo mostrou que hoje 60 empresas do município estariam aptas para financiar projetos de cunho social por meio das ferramentas de incentivo do governo federal. Entretanto, este potencial ainda é pouco explorado: estima-se que atualmente seja investido cerca de R$ 4 milhões por ano neste tipo de iniciativa, o que representa um potencial reprimido de R$ 11 milhões. Pensando nisso, a Fiesc desenvolveu em Jaraguá do Sul o Fundo Social, um projeto para incentivar e auxiliar as empresas a utilizarem as leis de incentivo fiscal.  Com o apoio da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (Acijs) e do Sesi, a iniciativa fez uma seleção de oito projetos de grande relevância para o desenvolvimento econômico e social da microrregião, de forma dar suporte aos proponentes e investidores e ajudar a angariar recursos para a manutenção destas iniciativas. “O Fundo Social é na verdade uma agenda de articulação: o que buscamos é desenvolver a cultura do uso de incentivos fiscais no Estado, atuando como medidores para esclarecer o processo”, afirma a consultora do núcleo de sustentabilidade da Fiesc, Andressa Mongruel, que está à frente da iniciativa. De acordo com as leis de incentivo fiscal, as empresas de lucro real podem destinar até 9% do Imposto de Renda para projetos de cunho social, que envolvem desde iniciativas culturais e esportivas, até trabalhos com idosos, crianças e adolescentes, além de projetos na área da saúde. Segundo Andressa, o principal diferencial do projeto está na sua capacidade de potencializar o impacto das iniciativas sociais. “Por meio de um grupo de trabalho especializado, conseguimos olhar para estes projetos e entender de que forma eles vão ajudar no desenvolvimento social do município. O intuito é que sejam iniciativas que realmente colaborem nesse processo”, explica a consultora da Fiesc. Por enquanto, oito projetos integram a lista de recomendações do Fundo Social. Para participar, os projetos já precisam ter sido avaliados e aprovados pelos órgãos federais responsáveis, como Ministério da Cultura ou Ministério do Esporte, por exemplo. “A empresa recebe essa recomendação, mas ela tem liberdade de decidir quanto e em qual projeto deseja aportar o valor. Ela pode, inclusive, apoiar projetos de outros estados, mas a maioria prefere deixar os recursos na localidade até como uma forma de buscar mais sustentabilidade para o município. Afinal, um entorno saudável também se reverte em prol da indústria”, diz Andressa. Para o presidente da Acijs, Giuliano Donini, a iniciativa tem dois grandes atributos. O primeiro deles é desenvolver uma cultura de apoio e gestão a projetos de relevância social, orientando todos os agentes envolvidos. Já o segundo é projetar as escolhas destes projetos de forma que elas tragam resultados “para o bem maior”. “O que quero dizer com isso é que precisamos ver os efeitos sociais de médio e longo prazo destas iniciativas, pensando no que influencia mais na cultura e na qualidade de vida das pessoas”, avalia o empresário. De acordo com Donini, Jaraguá sempre foi uma cidade de iniciativas exemplares, mas a falta de conhecimento e informação afetava o andamento dos projetos. Segundo ele, muitas empresas apreciam as iniciativas, mas não sabem como podem colaborar. “É muito dinheiro em potencial de um lado e muita vontade de criar do outro. O que estamos fazendo é dando uma direção para isso tudo”, destaca. Para participar, as empresas precisam possuir lucro real e entrar em contato com a Fiesc,a Acijs ou o Sesi informando desejam ser parceiras do Fundo Social. Além de Jaraguá do Sul, a Fiesc já trabalha para a realização da iniciativa em Joinville e na grande Florianópolis. A proposta é implantar o fundo nas 16 vice-presidências da Fiesc, levando assim o programa para todos os municípios do Estado. No caso de Jaraguá, a vice-presidência é responsável por atender a todos os municípios do Vale do Itapocu. Apoio ao desenvolvimento Conheça as iniciativas recomendadas pelo Fundo Social: -Orquestra Jovem da Scar 2017 (Pronac 16 1606) Proponente: Associação de Músicos, Pais e Amigos da Orquestra de Cordas, da Camerata e do Grupo de Câmara da Scar – Sociedade Cultura Artística Objetivo: voltado para estudantes de música das escolas e projetos musicais existentes na região, o projeto cria um grupo orquestral que trabalha três níveis de formação, sendo iniciante, intermediário e avanço. O foco é o desenvolvimento dos alunos e a prática em grupo. Contatos: (47) 3275-2477 /gerencia@scar.art.br -Orquestra Filarmônica de Jaraguá do Sul (Pronac 161701) Entidade responsável: Orquestra Filarmônica da Scar Proponente: tem como meta principal a qualificação profissional dos músicos da região e sua inserção no mercado musical, além da inserção da música orquestrada em outras comunidades catarinenses. Para isso, o grupo irá realizar dez concertos, sendo três em Jaraguá do Sul e outros sete em cidades do Estado, além de duas apresentações com quintetos pela região do Vale do Itapocu. Todos estes eventos terão entrada franca. Contatos: (47) 3275-2477 / gerencia@scar.art.br -Documentário Territórios da Memória (Pronac 160088) Proponente: Gamoretti Produções Culturais Ltda. Objetivo: realizar a gravação de um documentário de 52 minutos, onde serão abordados 20 temas com duração de três minutos cada. O objetivo é explorar a relação entre geografia e memória nos habitantes do Vale do Itapocu. O filme será disponibilizado em um website interativo. Contatos: (47) 3371-4386 / contato@escritoriodecinema.com.br -Festival de Música de Santa Catarina (Femusc) 2018 (Pronac 171142) Proponente: Instituto Festival de Música de Santa Catarina Objetivo: o festival-escola criado em 2006 tem caráter pedagógico-profissional, com a proposta de tornar realidade a democratização, popularização e internacionalização do aprendizado de música erudita no Brasil. Durante o festival, são realizados cerca de 200 concertos, todos gratuitos, para um público de 60 mil pessoas. Contatos: (47) 3373-8652 /financeiro@femusc.com.br -Escola Vai ao Teatro 2017 (Pronac 161705) Proponente: Sociedade Cultura Artística (Scar) Objetivo: com mais de 20 anos de história, o projeto trabalha com duas vertentes. A primeira delas é focada na formação de público para o teatro, desde as séries escolares iniciais até a fase adulta, mantendo viva a arte teatral na comunidade do Vale do Itapocu. Já a segunda é no incentivo à formação de novos artistas e grupos teatrais na região. Contatos: (47) 3275-2477 /gerencia@scar.art.br -Mais Dança (Pronac 161630) Proponente: Sociedade Cultura Artística (Scar) Objetivo: iniciativa voltada para a preparação continuada em dança a crianças e jovens para que, num futuro próximo, estejam preparados para ingressar em um dos cursos de formação em dança, como o oferecido pelo Bolshoi em Joinville. Estimula o desenvolvimento da cidadania e do pensamento crítico através da arte. Contatos: (47) 3275-2477 /gerencia@scar.art.br -Música Para Todos 2018 (Pronac 175787) Proponente: Sociedade Cultura Artística (Scar) Objetivo: realizado anualmente, o projeto oferece educação musical e formação complementar na área da música para cerca de 250 crianças, jovens e adultos. O objetivo central é tornar o estudo da música acessível. Contatos: (47) 3275-2477 /gerencia@scar.art.br -A Bola da Vez (Sexta Edição) Proponente: Associação Jaraguense de Basquetebol (Ajab) Objetivo: com 17 anos de atuação, o projeto oportuniza o aprendizado e a prática da modalidade de basquetebol de forma gratuita para mais de mil crianças em 15 unidades escolares de Jaraguá do Sul. Contatos: (47) 9 9922-0269 /alebuozim@gmail.com