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Desafio: US$ 1 milhão para quem decifrar escrita de civilização antiga

Foto: DEA / G. NIMATALLAH/GettyImages

Por: Priscila Horvat

28/01/2025 - 18:01 - Atualizada em: 28/01/2025 - 18:05

O ministro-chefe do estado de Tamil Nadu, no sul da Índia, Muthuvel Karunanidhi Stalin, anunciou um prêmio de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,9 milhões) para quem conseguir decifrar a enigmática escrita da civilização do Vale do Indo, também conhecida como Harappan.

Segundo arqueólogos, essa comunidade existiu há cerca de 5.300 anos na região que hoje corresponde ao noroeste da Índia e do Paquistão.

A civilização, composta por agricultores e comerciantes, prosperou em cidades muradas feitas de tijolos. Apesar dos avanços na arqueologia, o sistema de escrita dessa sociedade permanece indecifrado, impedindo que especialistas compreendam aspectos fundamentais de sua linguagem, governança e crenças.

“As escritas do Indo são, talvez, o sistema de escrita mais importante que ainda não foi decifrado”, afirmou o especialista Asko Parpola durante uma entrevista à BBC.

Dificuldade em decifrar

Até agora, foram identificados cerca de 4 mil registros, mas todos são curtos e aparecem em pequenos objetos, como selos, cerâmicas e tábuas. Em média, os textos possuem apenas cinco sinais ou símbolos, e não foram encontrados exemplos de escritos longos, como em paredes ou pergaminhos.

Além disso, a escrita do Vale do Indo mistura símbolos e desenhos de animais e objetos. Pesquisadores descobriram que 67 símbolos representam 80% de todos os registros encontrados, e um deles – que se assemelha a um jarro com duas alças – é o mais frequente.

“Os sinais começaram com um grande número de variações e, com o tempo, foram reduzidos, o que indica padrões e mudanças linguísticas”, explica a pesquisadora Nisha Yadav, do Instituto Tata de Pesquisa Fundamental (TIFR), em Mumbai.

Legado histórico

A promessa de uma recompensa milionária reflete o tamanho do desafio técnico de decifrar a escrita, mas também a importância histórica dessa civilização, que deixou um legado de mistério e avanços culturais.

Com mais de 2 mil sítios arqueológicos identificados na região, pesquisadores esperam que o prêmio incentive novas descobertas e tecnologias que ajudem a desvendar o que permanece oculto há milênios.

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Priscila Horvat

Jornalista especializada em conteúdo de saúde e puericultura.