O Museu Nacional de Imigração e Colonização (MNIC) promoveu, nesta semana, a atividade “Uma noite na Colônia – visitas guiadas pelo bosque e pela casa enxaimel”. A iniciativa faz parte da programação do Agosto do Patrimônio que foi desenvolvida para conscientizar os joinvilenses sobre a preservação do patrimônio cultural.
As duas sessões de apresentações teatrais levaram os visitantes para conhecer as origens da cidade de uma maneira diferente, sendo convidados a explorar o cotidiano de uma família de imigrantes noruegueses se estabelecendo em Joinville.
Segundo o historiador e roteirista da apresentação, Cristiano Vianna, o Agosto do Patrimônio é o momento ideal para refletir sobre a importância do Museu Nacional de Imigração e Colonização para a sociedade.
“Quando pensamos na apresentação, a ideia foi trazer o visitante à realidade cotidiana de 1873, mostrando as relações sociais daquele tempo com suas peculiaridades. Neste contexto, apresentar o acervo exposto do MNIC e aproveitar para também trazer questões ao debate, como a importância do museu para sociedade e a função social do museu”, afirma.
Uma viagem no tempo
Logo que chegaram ao Museu Nacional de Imigração e Colonização (MNIC), os visitantes receberam explicações sobre o casarão de três andares que foi residência do diretor da Colônia Dona Francisca, Frederico Bruestlein. O espaço foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) IPHAN em 1938. Somente em 1961 o prédio se tornou o museu.
Em seguida, o público foi indagado sobre a passagem do tempo, dando foco na valorização do passado, a inacessibilidade do futuro e na dádiva do presente, convidando os visitantes para uma viagem até o ano de 1873.
Festival da Vigorelli e Animaneco estão entre as atrações da Agenda Cultural de Joinville
No bosque do museu, Oddvar, um camponês norueguês de quase 40 anos que migrou para Joinville em 1851 e viveu lá por mais de 20 anos, recebeu o público enquanto voltava do trabalho.
Já dentro da casa enxaimel, Oddvar e sua mulher Maria Tereza falaram sobre os seus 12 filhos e contaram como era o modo de vida naquela época de uma forma descontraída. Revelaram que o pai trabalhava em uma olaria, enquanto os filhos maiores já cuidavam do trabalho no campo e a mãe cuidava da casa e da alimentação de todos.
Os itens históricos da casa enxaimel não ficaram para trás. Os participantes da visita receberam explicações sobre suas funções e usos, como instrumentos musicais, lava pés e também a tafona, uma ferramenta usada para fazer fubá. Após o tour pela casa, a equipe tirou dúvidas sobre o museu, a apresentação e o passado de Joinville.
Para o jornalista Vincent Sesering, 34 anos, a atividade foi uma nova forma de enxergar o espaço por outra perspectiva.
“Às vezes, a gente passa na frente do museu ou por prédios históricos e não pensa na vida que se viveu nesses lugares. Então é legal conhecer a nossa história e dos prédios”, revela.
Museu de Arte ficará aberto na noite de sexta-feira
O Agosto do Patrimônio prossegue até o dia 28. Nesta sexta-feira (15/8), o Museu de Arte de Joinville abrirá as portas das 18h às 20h. Haverá apresentação musical do projeto Jam Session com o Trio Iropeba e a possibilidade de visitar as exposições “Mulheres que movem o museu: práticas insurgentes no acervo” e “Corpo-carne Corpo-sagrado: um diálogo com o acervo do MAJ”.
Também na sexta-feira, no Cemitério do Imigrante, ocorre apresentação do coral Atmen, às 19 horas e, às 19h30, ocorre a atividade “Uma noite no cemitério com visita guiada”. As inscrições estão encerradas.
No dia 18 de agosto haverá uma mesa redonda sobre patrimônio cultural no Cemitério do Imigrante e uma palestra com a mesma temática no Museu de Sambaqui, no dia 28, encerrando a programação do Agosto do Patrimônio.