Uma oportunidade de transformar o trabalho temporário em efetivo

Por: OCP News Jaraguá do Sul

12/11/2016 - 04:11 - Atualizada em: 14/11/2016 - 13:34

Quando se candidatou pela primeira vez a uma vaga de emprego temporária, no fim de 2014, a assistente administrativo Elisane Lisboa da Silva, de 29 anos, viu na proposta uma oportunidade de evolução profissional. Mesmo ciente do caráter temporário da função, Elisane aproveitou o momento para aprender, desenvolver habilidades e mostrar o seu potencial. Como resultado, a empresa, do ramo varejista, resolveu apostar na profissional, que este ano completa dois anos como integrante efetiva da equipe.

Assim como Elisane, muitos profissionais enxergam nas vagas temporárias uma ferramenta de aprendizado e inserção no mercado de trabalho, além de uma opção para incrementar a renda.

E não é à toa: segundo estimativa da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL/SC), cerca de 11 mil profissionais temporários serão contratados pelos setores de comércio e serviços no Estado, entre os meses de dezembro deste ano e março de 2017. Tudo para suprir o incremento de 15% no número de visitantes, o que, de acordo com a Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, representa 9 milhões de pessoas a mais circulando pelos municípios catarinenses.

Em Jaraguá do Sul, a demanda deve ser maior durante o período de Natal, com aumento entre 10% e 15% nas contratações, estima a CDL do município. De acordo com o especialista em recrutamento profissional, Orlando Marlo Leier, o comércio é o setor que mais gera oportunidades temporárias na região, especialmente em épocas festivas. Na sequência aparece a agroindústria, em tempos de plantio e colheita de grãos, e a indústria em geral, que possui uma demanda variada no decorrer do ano.

Na loja onde trabalha Elisane, por exemplo, a expectativa é contratar mais dois funcionários para auxiliar nas vendas e na produção dos pacotes de Natal. Segundo a gerente da loja, que atua no ramo calçadista, Rosália Sieger, além de fortalecer a equipe, a contratação de temporários é uma boa oportunidade para avaliar o quadro de funcionários e refletir sobre o desempenho dos profissionais.

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Comprometimento pode garantir emprego

“Hoje o mais difícil é entrar nas empresas. Depois disso, estando lá dentro, é uma ótima oportunidade para mostrar o seu trabalho. Tivemos casos de contratos de 20 dias que se tornaram efetivos devido aos bons resultados”, afirma a gerente Rosália. Segundo ela, proatividade, visão de negócios e conhecimento de mercado são fatores que as empresas levam muito em consideração. Em setembro, o comércio foi o setor que mais gerou postos de trabalho em Jaraguá do Sul, com a criação de 74 novas vagas, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

Para Elisane, a postura do profissional também pesa muito na avaliação da empresa. “Eu sabia do caráter temporário da vaga, mas tinha a intenção de ser efetivada. Se não desse certo, eu saberia que tinha me esforçado. Sempre procurava aprender, perguntar, mostrar interesse em outras áreas, e não ter aquela postura de que o que mandam basta”, relata.

Segundo o vice-presidente da CDL, Gabriel Seifert, é preciso ter em mente que qualquer trabalho é uma troca, e por isso o comprometimento deve ser igual dos dois lados. “O colaborador temporário precisa se esforçar para captar as coisas com mais rapidez, pois o tempo é limitado e toda a empresa tem sua cultura própria. Comunicação, simpatia e boa apresentação pessoal são fatores que pesam, mas acima de tudo, o entusiasmo influencia muito”, destaca.

Conforme Leier, o trabalho temporário garante por lei inúmeros benefícios, como horas extras, 13º, férias e FGTS. Entretanto, é preciso sempre pesquisar a empresa e verificar as condições de trabalho atentamente antes de assinar o contrato. “O prazo (dos contratos) varia de acordo com a necessidade, podendo ser de um a seis meses. A maioria opta por pessoas com primeiro grau completo”, explica Leier.
Outro aspecto importante é que o contrato deverá ser feito junto a uma agência de trabalho temporário autorizada pelo Ministério do Trabalho, salienta Leier. A atividade é regulamentada pela Lei 6019/74. “Essa é a sua garantia”, alerta o especialista, que orienta os profissionais a exigirem certificado de autorização da agência e pesquisarem se os direitos dos trabalhadores a ela vinculados estão sendo devidamente cumpridos.

“Um trabalhador jamais é obrigado a aceitar um contrato de trabalho, seja efetivo ou temporário, porém depois que aceitou, o mínimo que se espera é que ele cumpra com o que se comprometeu a fazer. É a sua imagem que está sendo avaliada e não o tipo da modalidade pelo qual foi contratado”, afirma Leier.