Shein rebate Lira e diz que 88% de seus clientes são das classes C, D e E.

Foto: Divulgação/Shein

Por: Pedro Leal

23/05/2024 - 15:05 - Atualizada em: 23/05/2024 - 15:53

Após uma declaração do presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (PP-AL) de que os principais clientes das empresas de e-commerce asiáticas seriam das classes “A e B”, a Shein, uma das lideres do setor, se manifestou refutando a informação.

A declaração foi dada em meio as discussões para a votação do fim da isenção fiscal para importações de até US$ 50 dólares.

Falando à coluna Capital, do jornal O Globo, o responsável pelas operações da Shein no Brasil, Felipe Feistler, afirmou que uma pesquisa Ipsos mostra que 88% dos seus clientes são das classes C, D e E, e que apenas os das classes D e E representariam metade da clientela da Shein.

Os dados são do primeiro trimestre do ano e constam de levantamento encomendado pela própria plataforma de e-commerce ao Ipsos.

Na semana passada, Anna Beatriz Lima, responsável pela área de relações governamentais da Shein, havia usado argumento semelhante em entrevista à coluna:

A declaração gerou reação junto ao empresariado local. Também a O Globo, o CEO da Renner, Fábio Faccio, rebateu os argumentos da Shein, afirmando que um estudo da Nielsen mostrou que 60% dos consumidores da Shein são das classes A e B.

Na quarta-feira (22), o presidente da Câmara disse em Brasília que uma pesquisa da FSB indicava que “quase 60% dos consumidores” das plataformas estrangeiras de e-commerce são das classes A e B. Os dados são da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com o IPRI, instituto de pesquisas da FSB Holding; segundo a CNI, apenas 18% da população com renda de até dois salários mínimos fez compras online internacionais com isenção de até US$ 50.

Entre os brasileiros com renda acima de cinco salários, o percentual subiria para 41%.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).