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Serra catarinense tem dois polos industriais com inserção internacional

Polo de madeira e móveis exportou US$ 381,8 milhões e o de celulose e papel, US$ 166,5 milhões. (foto: Divulgação)

Por: Pedro Leal

08/12/2025 - 14:12 - Atualizada em: 08/12/2025 - 14:56

A Serra Catarinense consolidou-se como polo exportador de produtos de base florestal de Santa Catarina, combinando tradição produtiva, disponibilidade de recursos naturais e capacidade de inovação. Esses fatores explicam a presença de dois polos industriais com inserção internacional na região — madeira e móveis e celulose e papel — setores com cadeias robustas e altamente competitivas no mercado global.

Em 2024, somente o polo de madeira e móveis exportou US$ 381,8 milhões, enquanto o de celulose e papel registrou vendas externas US$ 166,5 milhões, evidenciando a vocação da região para o comércio exterior.

O levantamento, coordenado pelo Observatório Nacional da Indústria e liderado pelo Observatório FIESC, mapeou polos industriais por mesorregiões brasileiras. Na mesorregião serrana, o polo de madeira e móveis reúne 485 estabelecimentos e 9,8 mil trabalhadores, que exportam principalmente madeira serrada, painéis de madeira e MDF. Já o polo de celulose e papel concentra 27 empresas que empregam 4,4 mil pessoas, com foco em papel kraft e recipientes de papel.

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Segundo o presidente da Federação das Indústrias de SC (FIESC), Gilberto Seleme, o desempenho da Serra é resultado de uma cultura industrial sólida e de uma capacidade contínua de adaptação.

“A região tem uma base produtiva madura e inovadora, vocação histórica e proximidade dos insumos, o que a torna competitiva”, destaca.

A estrutura produtiva da mesorregião conta com 14,6 mil estabelecimentos, dos quais 2,5 mil são indústrias, empregando 33,2 mil trabalhadores formais. Lages lidera o número de empregados industriais, com 12,9 mil, seguida por Campos Novos (5,4 mil) e Curitibanos (3,4 mil). Os polos também se beneficiam da tradição do setor florestal e da especialização consolidada em produtos de alto valor agregado.

Para o coordenador do estudo, Marcelo de Albuquerque, os polos industriais internacionais impulsionam a diversificação econômica.

“Eles ampliam a competitividade regional, estimulam a inovação e a formação de profissionais qualificados e criam conexões estratégicas com o mercado global”, afirma.

As exportações dos dois polos reforçam esse cenário: no polo de madeira e móveis, os principais destinos são Estados Unidos (US$ 114,4 milhões), China (US$ 49,9 milhões) e México (US$ 40,2 milhões). No polo de celulose e papel, a liderança é da Argentina (US$ 45,2 milhões), seguida por Estados Unidos e México.

As três unidades da Klabin na região – Lages, Correia Pinto e Otacílio Costa – destacam-se entre as exportações de papel para embalagens. Entre as exportadoras de produtos de madeira destacam-se empresas como a BlueFlorest, G13 Madeiras, JJ Thomazzi e Madepar.

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).