Procura por imóveis leva a aumento acima da inflação no valor dos aluguéis em Jaraguá do Sul

Foto Arquivo OCP News

Por: Pedro Leal

07/05/2019 - 05:05 - Atualizada em: 07/05/2019 - 08:57

O Índice Geral de Preços–Mercado (IGP-M), usado no reajuste dos contratos de aluguel, registrou inflação de 3,1% no ano e de 8,64% nos últimos 12 meses –  enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está em 4,58%.

A alta acima de outros índices da inflação está diretamente ligada com o aquecimento do mercado. Segundo a Associação das Imobiliárias de Jaraguá do Sul (Aijs), a situação não é diferente no município, com pequena alta nos preços em relação ao ano anterior.

Segundo o diretor de locação da Aijs, Klaus Franzner Sell, o mercado de locações em Jaraguá do Sul está se reerguendo após uma retraída nos últimos anos devido à crise econômica, quando em 2017 o próprio IGPM apresentou deflação.

“Muitas pessoas começaram a empreender, a se reinventar, e para isso precisaram de abrir um espaço. Esse aquecimento tem ajudado a conseguirmos manter o índice positivo, acima da própria inflação”, explica.

Sell destaca aumento na procura por imóveis | Foto Natália Trentini

Segundo alguns empreendedores, essa retomada na procura por imóveis torna difícil fechar valores mais atrativos. Dono de uma rede de lojas de celular, Antônio Russi Gonçalvez, avalia que o mercado poderia ser mais aberto à negociação.

“Em minha experiência não tem conversa, não tem negociação, é o preço que estão oferecendo e fechou, se tenta negociar eles desconversam e dizem que tem quem pague”, afirma o empresário.

A abertura para discutir valores tem sido maior em contratos pré-existentes, ressalva.

“Nesses a gente consegue negociar e os ajustes tem ficado abaixo da inflação, quando não conseguimos segurar o preço como está por mais um tempo”, diz.

No Calçadão, aluguel chega a custa R$ 195 por metro quadrado | Foto Eduardo Montecino/OCP News

Segundo o empresário, os piores preços estão em lojas pequenas. Em uma de suas lojas, no Calçadão da Marechal, Gonçalvez paga um aluguel de R$ 3,9 mil por uma sala de 20 metros quadrados. São cpor metro quadrado.

“Tem muita procura e muitos dos estabelecimentos que abrem nessas salas menores são sazonais, é um mercado muito volúvel, então os preços desses espaços ficam muito elevados”, conta.

Negociação tem sido chave

Para muitos locatários residenciais, boas relações com o proprietário do imóvel tem sido uma peça importante para manter os preços mais amigáveis e evitar a inflação – caso do faturista Tiago Rodrigo de Souza e da dona de casa Francimara Lima Barbosa.

Entre despesas com alimentação, a pensão do filho, Santiago Lucas, de 7 anos, e gastos do dia-a-dia, pouco sobra para Souza – e as despesas seriam maiores caso não contasse com um bom acordo para a sua kitinete no Amizade.

De Souza conta que valor do aluguel é baixo por conta de negociação | Foto Eduardo Montecino/OCP News

“Eu pago R$ 450 de aluguel por mês, mas isso por que o apartamento é dos pais de um amigo meu, e temos um acordo por dois anos sem ajustes, depois vai ser  a inflação”, conta.

Ele tem estudado outras opções, mas pelo que tem visto, caso se mudasse para outro apartamento de tamanho parecido, dificilmente pagaria menos de R$ 600.

“Sobra muito pouco e tenho visto que tem aumentado muito, já teve época que encontrava por 500”, diz.

Dividindo um apartamento em Schroeder com a filha e a neta com necessidades especiais, Francimara nota que as negociações com a senhoria foram essenciais para manter o valor nos atuais R$ 600.

“Tem dois anos que ela não dá ajuste, mas porque a gente pediu e negociou isso. Seria bom se fosse mais barato, mas só de não aumentar já ajuda”, conta.

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