O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (21) que a anulação do leilão do arroz foi resultado de “falcatrua numa empresa”
Ele se referia à polêmica concorrência para compra do arroz importado, cancelada após indícios de irregularidades e culminou na demissão do então secretário de Política Agrícola, Neri Geller.
As informações são do portal G1.
O governo informou, inicialmente, que pretende fazer um novo leilão. Agora, o governo está em negociação com produtores de arroz em busca de alguma alternativa para reduzir o preço do arroz e evitar refazer o leilão.
Nesta semana, representantes da Federarroz (Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul) se reuniram com os ministros Carlos Fávaro (Agricultura) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), além do presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Edegar Pretto, para tratar do assunto. Os produtores de arroz se comprometeram a apresentar uma proposta na semana que vem.
A decisão de importar arroz ocorreu após as enchentes no Rio Grande do Sul, maior produtor do cereal no país, para evitar alta nos preços do alimento.
“Tomei a decisão de importar 1 milhão de toneladas. E, depois, tivemos anulação do leilão porque houve uma falcatrua numa empresa. Por que eu vou importar? Porque o arroz tem que chegar na mesa do povo no mínimo a R$ 20 o pacote de cinco quilos. Que compre a R$ 4 um quilo de arroz, mas não dá pra ser um preço exorbitante”, argumentou Lula, adicionando: “Vamos inclusive financiar áreas de outros estados produtivas de arroz para não ficar dependendo apenas de uma região. Vamos oferecer um direito dos caras comprar e a gente vai dar uma garantia de preço para que as pessoas não tenham prejuízo”, completou o presidente.
A declaração foi dada em entrevista à rádio Meio FM, de Teresina, no Piauí. Ela diverge do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), que minimizou possíveis irregularidades no leilão durante audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados.
“Anulou o processo porque faz parte, e é num ato da gestão, combater qualquer tipo de conflito de interesse. É a prevenção. É a prevenção. Não se trata de juízo de valor. […] É muito importante dizer que a exoneração do ex-ministro Neri Geller não se trata de um ato de juízo de valor”, disse Fávaro na ocasião.