Na contramão da tendência nacional, que encerrou o mês de julho com o melhor resultado de geração de emprego para o mês desde 2012, Jaraguá do Sul encerrou o mês de julho com perda líquida de 71 postos de trabalho, no segundo resultado negativo do ano – junho viu a perda de 109 postos de trabalho formais no município.
Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego ao fim da tarde desta quarta-feira (22).
Os resultados ainda demonstram impactos negativos do mercado vistos em junho – mês que sucedeu a paralisação de 10 dias dos motoristas de caminhão, que causou crise de abastecimento por todo o país.
Em comparação, o Brasil gerou 47.319 postos de trabalho no mesmo mês. No entanto, Santa Catarina encerrou o mês com o terceiro pior resultado entre os estados, perdendo 241 postos de trabalho formais no mês, ficando atrás do Rio Grande do Sul, com saldo negativo de 2.657 postos, e do Rio de Janeiro, com saldo de 1.001.
Foram 1.765 admissões contra 1.836 desligamentos, com resultados negativos em apenas dois setores, comércio – que perdeu 86 postos de trabalho formais – e a indústria de transformação, com perda de 35 postos.
Todos os outros setores registraram saldos positivos ou nulos, com resultados mais fortes no setor de serviços (25) e no setor público (12).
O resultado foi inverso ao mesmo mês do ano passado: em julho de 2017, o mês encerrou com saldo positivo de 53 postos – e ganho de 88 postos no comércio, resultado quase que diretamente inverso. Para o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Jaraguá do Sul, Gabriel Seifert, o resultado negativo é passageiro e se deve a uma crise momentânea.
“No comércio, tivemos um dos maiores saldo de emprego entre setores do ano, então, acreditamos que este número é temporário e resultado de uma estabilização das vagas”, explica.
No acumulado dos últimos 12 meses, o setor do comércio registra o segundo melhor saldo do município, com geração líquida de 292 cargos com carteira assinada desde julho passado, perdendo apenas para o setor de serviços, com 411.
No acumulado do ano, o comércio cai para o quinto colocado, com 66, atrás da construção civil (105), da administração pública (352), do setor de serviços (510) e da indústria da transformação (1.176) – caindo do quarto lugar em junho, quando acumulava um saldo de 152.
Apesar do resultado negativo, o acumulado do ano segue positivo e mais forte do que o acumulado de 2017 até o fim de julho: entre janeiro e julho deste ano, o município registrou 15.573 admissões e 13.528 desligamentos, com saldo positivo de 2.225 postos de trabalho com carteira assinada.
No mesmo período de 2017, foram 13.876 admissões e 12.547 desligamentos, encerrando os sete primeiros meses com geração de 1.329 postos de trabalho.
Restante da região também registra saldos negativos.
Além de Jaraguá do Sul, outras cidades da região do Vale do Itapocu também encerraram o mês com saldos negativos. Guaramirim fechou julho com perda de 17 postos de trabalho, enquanto Schroeder fechou o mês com perda de 32 postos de trabalho – o segundo pior resultado da região. Assim como em Jaraguá, o resultado negativo foi puxado pela indústria e o comércio.
Com perfil mais agrícola e indústria emergente, Corupá e Massaranduba se destacaram com resultados positivos. Corupá registrou saldo positivo na indústria, com ganho de 17 postos no setor, e saldo geral de seis postos de trabalho.
Já Massaranduba encerou o mês com ganho de 11 postos totais – apesar da perda de cinco postos na indústria.
O resultado negativo de Santa Catarina foi puxado em peso pela indústria da transformação, que perdeu 1.593 postos de trabalho no mês, e segurado pelo setor de serviços, que ganhou 1.384 empregos.
O resultado nacional foi puxado pela agricultura (17.445 empregos) e o setor de serviços (14.458). O setor do comércio fechou 243 postos no país.
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