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Gasolina vai a R$ 10 por litro com impactos da guerra na Ucrânia?

Foto: Júlia Trabuco/OCP News

Por: Pedro Leal

02/03/2022 - 10:03 - Atualizada em: 02/03/2022 - 10:31

Quando o preço do barril de petróleo atingiu os US$ 147,50 (R$ 234,67 na cotação da época) em 2008, pouco antes da eclosão da crise econômica mundial, o preço da gasolina comum nos postos de combustível chegou a R$ 2,50 – equivalente hoje a R$ 4,35 – no Brasil, em um cenário com o real mais forte: em julho de 2008, o dólar estava cotado a R$ 1,591, contra atuais R$ 5,16.

E agora, com a guerra entre Rússia e Ucrânia puxando a cotação da commodity para cima, e pressionando mais o dólar também para cima – crises globais levam à procura pela moeda norte-americana – um novo aumento logo terá reflexos no Brasil somando a alta dos dois ativos.

Na tarde desta terça-feira (1), o preço do barril de petróleo tipo Brent estava sendo negociado a US$ 104,51 (R$ 539,2). A disparada nos preços se dá pelo papel da Rússia no mercado mundial da commodity. O país eslavo é um dos principais produtores de petróleo e gás natural do mundo. Nesta quarta-feira já chegava a US$ 110 (R$ 567,6).

As pressões internacionais, como sanções e a suspensão do sistema bancário russo no sistema Swift impediram as empresas petroleiras russas de receber suas vendas – o que aumenta a escassez no mercado e puxa os preços para cima.

Desde 2016, o governo federal adota a PPI (Preço de Paridade de Importação). Dentro dessa política de preços, os valores praticados no Brasil devem estar de acordo com a cotação do petróleo no mercado internacional.

No entanto, de acordo com a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis) o preço dos combustíveis estão defasados do mercado internacional, ou seja, a gasolina e o óleo diesel tem margem para subir no bomba para o consumidor.

Segundo a Abicom, o preço da gasolina está 11% abaixo do mercado internacional e o preço do óleo diesel está com 13% menor em comparação com a cotação exterior.

Gasolina vai a R$ 10?

Na semana passada, a Petrobras falou sobre como procederá sobre a necessidade de reajustes nos preços que o conflito entre Rússia e Ucrânia deve provoca. A empresa disse, na ocasião, que ainda precisava analisar a situação.

O problema é que ninguém sabe ao certo quanto tempo deve durar o conflito e o que pode, efetivamente, frear a invasão russa à Ucrânia. A intensidade e a duração do conflito são variáveis difíceis de mensurar neste momento e são fatores que influenciarão no impacto no preço dos combustíveis. Por isso, é difícil para os especialistas prever até quanto o petróleo e, consequentemente, os combustíveis, podem subir.

Nesta equação há ainda as já aventadas possíveis intervenções políticas do governo e do Congresso Nacional na política de preços da Petrobras, que podem ajudar a minimizar o iminente aumento.

Atualmente, a discussão dos projetos que tratam da redução dos combustíveis se encontra no Senado Federal.

 

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).