Em crescimento, comércio eletrônico prevê faturamento de R$ 69 bilhões

Por: Pedro Leal

20/01/2018 - 07:01

O comércio eletrônico tem se demonstrado um canal promissor para o varejo no Brasil: segundo a pesquisa E-Commerce Radar, promovida pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABCOMM), o segmento deve faturar R$ 69 bilhões em 2018, prevendo crescimento de 15% – no ano passado, o setor cresceu 12%, com faturamento de R$ 59,9 bilhões. Segundo Ricardo Lourival da Rosa, CEO da WorkConnection, empresa de consultoria em e-commerce de Jaraguá do Sul, isso se deve tanto ao aquecimento da economia quanto a entrada de duas gigantes do setor no Brasil: a americana Amazon.com e a chinesa Alibaba.

Ao mesmo tempo que o faturamento do setor tem crescido, as grandes empresas do segmento diminuíram seu controle: o grupo Submarino, que já teve 55% do mercado, hoje conta com pouco menos de 20%. A quebra do oligopólio vem da expansão de redes e da entrada de novas empresas no setor.

Segundo da Rosa, em Jaraguá e região o setor ainda é pouco explorado, embora isso esteja mudando. “Muitos empreendedores estão sentindo a necessidade para se manter mais conectados aos seus clientes 24 horas por dia 7 dias por semana”, ressalta. O cenário econômico do país tem levado varejistas e industriais a buscar mais opções de venda online, frisa o consultor.

Segundo o gerente de e-commerce da Rede Breithaupt  – que abriu loja virtual em 2015 – Devledi Fogaça, o cenário atual é altamente favorável, o que tem motivado investimentos no setor, com retornos tanto online quanto presenciais. “O consumidor utiliza muito o site em sua jornada de compras fazendo comparativo entre lojas e produtos, é de fato uma ferramenta que impulsiona as vendas nos multicanais”, explica.

58% da população conta com acesso a internet, o que limita o mercado, centrado primariamente nas regiões Sudeste (com 68,1% do mercado) e Sul (com 14,9%). A popularização da internet móvel tem colaborado: 31% das compras em 2017 foram feitas via smartphone, contra 22% em 2016.

APOSTAM EM CRESCIMENTO 

Para muitos pequenos empresários, lojas virtuais e comércio direto através de redes sociais são uma oportunidade para expandir os negócios | Foto Rafael Verch/OCP

Não é só de grandes redes que vive o e-commerce: para muitos pequenos empresários, lojas virtuais e comércio direto através de redes sociais são uma oportunidade para expandir os negócios e alcançar clientes que não obteriam pela loja física. Outrora limitados a clientes locais e turistas, micro e pequenas empresas passam a alcançar todo o mercado nacional. Mas a entrada no setor exige planejamento e atenção, diz o especialista Ricardo Lourival da Rosa. “Ter um e-commerce hoje exige um tempo de dedicação para que seu projeto tenho um bom retorno”, diz, ressaltando que muitos empresários ainda não sabem por onde começar e que o planejamento e o marketing podem ser a diferença entre o sucesso e o fracasso.

Alguns vem na plataforma online uma oportunidade para mover mercadorias menos procuradas. “Como ficamos com muitas sobras de coleção que não são compradas por lojas, a loja virtual vira uma boa opção para vendermos isso diretamente para o cliente”, ressalta Leonardo Peixoto, sócio-proprietário da FGL Confecções e da loja de moda feminina Touch Me. A empresa começou a trabalhar com o e-commerce em 2017, com um investimento pequeno em um site e nas redes sociais. No ano, 15% do rendimento veio da loja virtual. Para 2018, a meta é chegar a 30%.

Alexandra Ilaida Schiochet aposta nas vendas através do Instagram | Foto Rafael Verch

Mas nem só de lojas virtuais vive o e-commerce: há quem aposte nas vendas através de redes sociais, como Facebook e Instagram. Caso este da loja de roupas Amei. Atualmente passando por mudança em sua loja física e uma reforma na loja virtual, a empresa confia no Instagram como meio de vendas. “A gente nota que o cliente quer contato, que tem uma certa relutância em comprar pela loja virtual. Ele quer conversar, quer saber informações do produto, perguntar”, diz a proprietária, Alexandra Ilaida Schiochet, ressaltando a relação com o cliente – em 2017, 67,5% dos consumidores do segmento eram clientes recorrentes de suas lojas.