Declarando dívidas estimadas em R$ 4,1 bilhões, o Grupo Casas Bahia anunciou neste domingo (29) que entrou com um pedido de recuperação extrajudicial.
As informações são do portal G1.
A empresa visa renegociar o perfil das dívidas financeiras que têm com o Bradesco e o Banco do Brasil. Juntos, os dois bancos detêm 55% dos créditos devidos pela varejista.
Os principais aspectos do plano são:
- um alongamento da dívida da companhia, que pode ser paga, agora, em um período de até 72 meses (6 anos),
- uma renegociação dos juros pagos, que passarão a ser equivalentes ao CDI (uma taxa comum do mercado financeiro, próxima da taxa básica de juros, a Selic), mais um adicional que pode variar de 1% a 1,5% ao ano.
Além disso, a empresa terá um período de carência de 24 meses para começar a pagar os valores referentes aos juros da dívida e de 30 meses para pagar o montante principal
Anteriormente a empresa tinha 22 meses para pagar a sua dívida de R$ 4,1 bilhões – pouco menos de dois anos. A dívida tinha uma taxa de juros 1,5 ponto percentual maior que as novas taxas acordadas, segundo comunicado divulgado pelo grupo.
O valor principal da dívida não será alterado, somente as condições para o pagamento com os principais credores.
Os credores das dívidas financeiras da Casas Bahia também terão a possibilidade de converter parte dos créditos que têm com a empresa em ações; Em resposta ao acordo, os papéis do grupo subiram mais de 20% no começo desta tarde.
O acordo vem mais de oito meses após a empresa anunciar o fechamento de até 100 lojas e a demissão de seis mil funcionários, anunciado em agosto do ano passado.
A medida visava reduzir os estoques da empresa em até R$ 1 bilhão e levar os produtos menos lucrativos das lojas físicas para o seu marketplace online.
Segundo a empresa, a recuperação extrajudicial “tem escopo limitado e não impactará as demais dívidas da companhia, inclusive operacionais com fornecedores e parceiros, as quais continuarão sendo honradas regular e tempestivamente nos seus respectivos vencimentos, sem qualquer interrupção ou descontinuidade”.
Com o reperfilamento da dívida, a Casas Bahia espera ter uma melhora de R$ 4,3 bilhões no fluxo de caixa dos próximos quatro anos — sendo R$ 1,5 bilhão já em 2024 — e garante que a nova estrutura de capital “melhora a perspectiva de crédito e traz flexibilidade na relação com fornecedores, seguradoras e futuros credores”.
Em nota, o presidente da Casas Bahia, Renato Franklin, afirmou que ele e a empresa continuarão “focados nas alavancas operacionais, melhorando nossa eficiência e produtividade. Manteremos o foco na rentabilidade e fluxo de caixa com elevada disciplina do capital empregado”.