Alta nos combustíveis tem preocupado, mas distribuição mantém preços abaixo dos ajustes

Foto Arquivo/OCP News

Por: Pedro Leal

23/04/2019 - 05:04

A ameaça de greve dos caminhoneiros, na última semana, voltou às atenções para alta do preço do diesel este ano, mas a gasolina acumula uma variação ainda maior.

Em 2019, o reajuste promovido pela Petrobras para a gasolina vendida nas refinarias chega a quase 30%, enquanto o do diesel soma 24%.

O consumidor, porém, ainda não sentiu o impacto total desses reajustes.

Segundo o diretor executivo da rede de Postos Mime, Paulo Chiodini, isso deve ao fato das distribuidoras estarem absorvendo parte desse aumento e dos postos manterem os preços  com um certo “atraso” em relação aos ajustes.

“Entre o preço na bomba e na refinaria acaba tendo um delay, por conta da concorrência. Muitas vezes os postos preferem manter um preço um pouco menos lucrativo para se tornarem mais competitivos”, explica.

Além disso, outros fatores têm controlado os preços. A Petrobras não repassou integralmente os ajustes da cotação do petróleo no mercado internacional.

Conforme Chiodini, ainda há a expectativa de uma redução nos preços com a safra do etanol, entre o final de abril e o começo de maio. O etanol responde por 27% da composição da gasolina.

De acordo com Chiodini, é difícil estimar quando a tendência de alta terá reversão.

“Sempre preocupa, a gente entende que os preços agora estão adequados ao câmbio e ao mercado internacional, então para sair dessa tendência só houver um desequilíbrio no câmbio ou mudança no mercado internacional”, explica.

Embora na última semana os caminhoneiros tenham voltado a ameaçar greve, o empresário não vê possibilidade de uma repetição da paralisação de 11 dias do ano passado.

“Acho que a greve do ano passado foi muito ruim, toda a economia e toda a população, inclusive os próprios caminhoneiros sofreram muito com a paralisação e o mercado tem se ajustado a isso”, adiciona.

 

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