A obesidade infantil é um problema de saúde pública crescente no Brasil. De acordo com o Atlas Mundial da Obesidade 2024, lançado pela Federação Mundial de Obesidade, o país pode ter até 50% das crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos com obesidade ou sobrepeso em 2035.
Diante desse cenário, a psicóloga Andrea Levy, cofundadora da ONG Obesidade Brasil, alerta que, além do acompanhamento médico e nutricional, o acolhimento familiar, em especial o das mães, é fundamental para o sucesso do tratamento.
“A relação emocional entre mãe e filho influencia diretamente a forma como a criança lida com o próprio corpo, com a alimentação e com sua autoestima. Quando o acolhimento é genuíno, sem julgamentos, a criança se sente segura para enfrentar o tratamento com mais confiança”, explica a especialista.
Segundo ela, muitas mães também sofrem com sentimentos de culpa ou dúvidas sobre como agir, e por isso precisam de orientação e suporte ao longo de todo o processo.
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O ambiente familiar pode ser tanto um facilitador quanto uma barreira no enfrentamento da obesidade. Atitudes como críticas constantes, dietas restritivas sem acompanhamento e comparação com outras crianças podem causar impactos negativos duradouros.
Por outro lado, a criação de hábitos saudáveis em conjunto e o incentivo ao autocuidado com afeto e empatia podem transformar o percurso do tratamento.
“É importante que as mães entendam que elas não estão sozinhas e que não precisam ter todas as respostas. Buscar ajuda profissional, participar de grupos de apoio e se informar sobre o tema são formas de fortalecer esse vínculo e garantir que a criança se sinta amada e acolhida, independentemente do seu peso”, completa Andrea Levy.