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Consumo de alimentos ultraprocessados causa 6 mortes por hora no Brasil

Por: Priscila Horvat

22/11/2024 - 15:11 - Atualizada em: 22/11/2024 - 15:14

O consumo excessivo de alimentos ultraprocessados tem consequências graves para a saúde dos brasileiros. De acordo com um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em 2019, cerca de 57 mil mortes prematuras aconteceram no País devido a esses produtos, o que equivale a seis mortes por hora – ou 156 por dia.

Esse tipo de alimento, que passa por processos industriais e contém ingredientes artificiais como corantes, conservantes e aromatizantes, é associado a doenças como obesidade, diabetes tipo 2 e hipertensão arterial.

Segundo dados da pesquisa Vigitel do Ministério da Saúde, 10,2% dos adultos brasileiros têm diabetes, 27,9% têm hipertensão e 24,3% são obesos, sendo essas condições diretamente influenciadas pelo consumo de ultraprocessados.

O estudo da Fiocruz também revela que o Brasil gasta anualmente R$ 10,4 bilhões com as consequências desse consumo, incluindo despesas com tratamentos no Sistema Único de Saúde (SUS), aposentadorias precoces e licenças médicas.

Desse valor, R$ 933,5 milhões são gastos com hospitais, ambulatórios e medicamentos para tratar as doenças mais comuns causadas por esses alimentos. Outros R$ 263 milhões são gastos com a Previdência e a perda de produtividade devido a internações e faltas no trabalho.

Os impactos são ainda mais amplos, pois, além dessas doenças, existem mais de 30 condições de saúde associadas aos ultraprocessados, o que torna os custos ainda maiores, segundo o pesquisador Eduardo Nilson, da Fiocruz.

A mortalidade prematura também traz grandes perdas econômicas. O Brasil perde R$ 9,2 bilhões anualmente devido à saída de pessoas em idade produtiva do mercado de trabalho. Esse valor é mais elevado entre os homens, que têm maior taxa de mortalidade precoce e se aposentam mais tarde.

Os estados com maior número de mortes precoces relacionadas ao consumo de ultraprocessados são Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Amapá.

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