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Sociedade Alvorada comemora 70 anos com festa neste sábado (5)

Festa de aniversário contará com desfile, jantar típico e baile | Foto: Eduardo Montecino

Por: Elissandro Sutil

05/01/2019 - 10:01

O dia 1º de janeiro marca naturalmente o começo de um novo ciclo no mundo inteiro. Mas em Jaraguá do Sul, a data também simboliza a fundação da Sociedade Alvorada, que neste ano completa 70 anos de história. A data é celebrada com festa neste sábado (5), a partir das 18 horas.

Rudolfo Bruch, Ervin Schulz e Hartvig Volkmann foram os responsáveis por criar a sociedade em 1949. Atualmente, são 380 sócios. Além das atividades tradicionais como tiro e bolão, o local é responsável por movimentar o cenário cultural e esportivo no bairro com  aulas de zumba, ballet, artesanato, pintura e capoeira.

Com o objetivo de oferecer um espaço adequado para as competições de tiro e bolão, a sociedade construiu um complexo esportivo a poucos metros da sede, localizada na Rodovia Gustavo Gumz, no bairro Rio Cerro II. O local foi inaugurado em 2007. Desde então, o prédio oficial da Alvorada ficou destinado para as festas de reis e bailes.

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“Nós precisávamos de um ambiente maior para as disputas de bolão. A sociedade era muito forte no futebol antigamente, mas depois fomos pensando mais nas atividades culturais, que atendessem os sócios mesmo, como bolão e tiro”, explica o diretor social do Alvorada, Marcelo Prochnow.

O clube é um dos únicos de Jaraguá que mantém o bolão na programação de atividades, participando, inclusive, de campeonatos estaduais.

Diretor social comenta sobre as adaptações feitas pela sociedade para manter sócios | Foto: Eduardo Montecino

Por ano, a sociedade do Rio Cerro II promove dez eventos e participa de 14 em outras comunidades. De acordo com Prochnow, esta é uma forma que os clubes encontraram para se fortalecer e trabalhar em conjunto, principalmente após o surgimento da Schützenfest.

Na mesma época em que foi fundada a Festa dos Atiradores, a Sociedade Alvorada idealizou a Winterfest, que acontece tradicionalmente no mês de maio. Já são 31 edições da celebração. Os eventos realizados, segundo o diretor social, são o que ajudam a diretoria a manter as sociedades.

“Todas passam por altos e baixos. Hoje o que dificulta é a questão legal, as adequações. Também começamos a nos adaptar aos gostos do público. Os bailes ganharam viés econômico, dependemos disso para continuar. Há 20 anos, apenas com a anuidade dos sócios a gente conseguia pagar as despesas, agora mal paga a água e luz”, relata Prochnow. A manutenção mensal da sociedade gira em torno de R$ 6 mil.

Os sócios pagam R$ 120 por ano para se filiar ao clube. Conforme o diretor, a média de associados continua semelhante nos últimos anos. Por causa da rotatividade natural de pessoas, a diretoria se esforça para trazer pessoas novas e acaba abrindo mão de algumas regras, como não poder entrar de boné e bermuda no salão.

“Nos bailes tocava só música alemã e marchinha, mas o pessoal começou a pedir pelas músicas gaúchas para dançar e acabamos incrementando ela nos bailes. Seria bom manter todas as tradições, mas precisamos se adaptar com o tempo. A essência da sociedade e os rituais continuam iguais, não perdemos”, enfatiza o diretor.

Prochnow explica que o intuito da diretoria era levantar um novo salão onde está funcionando o complexo esportivo, mas as enchentes de 2008 deixaram a situação financeira ainda mais complicada para a sociedade. Ele comenta que houve uma queda no público das festas e logo depois, em 2011, as chuvas fizeram parte da cozinha ceder.

“Foram muitos prejuízos, tivemos que desmontar a área e fazer tudo de novo. Os sócios passaram meses cortando madeira e reconstruindo o telhado”, recorda.

Tradição na comunidade

Eno Mathias, um dos membros mais antigos da Sociedade Alvorada, também faz 70 anos em 2019. Sócio desde os 17 anos, ele carrega cinco títulos de rei do tiro. A filha, Marli Mathias já foi rainha do tiro da Schützenfest em 1994 e outras três vezes pela sociedade. O filho de Mathias também já foi coroado pela Alvorada.

Para Mathias, as práticas da sociedade misturam lazer e tradição | Foto: Eduardo Montecino

“Toda minha família participa. A sociedade representa muito para a comunidade, é uma forma de nos distrair do dia a dia, de ter uma atividade de lazer mesmo para esquecer dos problemas. Eu herdei isso dos meus pais e passei adiante. É importante manter a tradição, mas os governantes deveriam dar mais apoio para as sociedades”, aponta Mathias.

Serviço

O quê: Festa de comemoração dos 70 anos

Onde: Sociedade Alvorada, rua Gustavo A Gums, 289 – Rio Cerro II

Quando: sábado (5), a partir das 18h

Programação: 18h concentração dos sócios; 18h30 desfile dos sócios; 19h30 jantar típico; a partir das 20h30 começa o baile com música típica. Para quem for apenas no baile, a entrada será liberada às 22h, por R$ 20. Às 22h também acontece a entrega das faixas para os reis e rainhas do tiro. O ambiente estará climatizado e terá comida típica alemã.

Quanto: R$ 25 para o jantar. Ingressos devem ser comprados antecipadamente pelo telefone (47) 9 9101-5659. Quem for apenas para o baile deve comprar a entrada na hora pelo valor de R$ 20.

Curiosidades

O nome Alvorada é uma homenagem ao Palácio da Alvorada, em Brasília, porque um dos fundadores serviu o exército;

Nos primeiros anos, a sociedade se chamava Aurora;

A sociedade foi criada após o dissolvimento de outro clube na época da Segunda Guerra Mundial;

A Alvorada elegeu Marli Mathias como rainha do tiro da Schützenfest no ano de 1994 e Taimara Engel como rainha da beleza em 2013.

Para atirar pela sociedade, os membros precisam estar devidamente uniformizados;

Antigamente, quem não cumprisse as regras do clube era multado e até mesmo banido dos eventos;

Mulheres não podiam entrar de calça no salão e os homens não podiam usar boné ou bermuda;

Em todas festas de rei e rainha e desfiles típicos, um orador narra todo o evento em alemão para os sócios;

No início, a comida servida nas festas era a caseira, no estilo “prato feito”. Com o tempo, a culinária alemã foi incorporada nas celebrações;

No salão existia um quartinho com colchão para as crianças dormirem enquanto os pais estavam no baile;

Era tradição o jovem ir no baile de dezembro logo após passar pela primeira comunhão;

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Elissandro Sutil

Jornalista e redator no OCP