Depois de 31 edições de sucesso e crescimento constante, a tradicional Schützenfest precisou dar uma pausa neste ano devido à Covid-19. A primeira quinzena de mês de novembro, que seria animada pelo ritmo e cores do evento, foi mais silenciosa e nublada em 2020.
A 32ª Festa dos Atiradores estava programada para acontecer entre os dias 5 e 15 deste mês, mas foi adiada para o ano que vem. O clima contagiante da Schützen fez falta não apenas para o público, como também para quem trabalha na organização.
À frente da diretoria do evento, Alcides Pavanello comenta que o sentimento é de tristeza por não poder realizar a festa neste ano.
“Nessas horas, estaríamos felizes nos pavilhões do Parque de Eventos, mas temos que nos adaptar a situação atual e a valorização da vida é mais importante”, destaca.
Segundo Pavanello, a suspensão da Schützen impactou principalmente as sociedades de tiro de Jaraguá do Sul e região.

Foto Arquivo OCP News
Ele aponta que além de não ter a participação na festa, as entidades estão impossibilitadas de realizar os eventos que geravam renda para manutenção anual dos espaços, como os bailes de rei e rainha.
“O cenário é mais complicado para as sociedades menores, que não contam com a mensalidade dos sócios, por exemplo”, aponta.
A expectativa de Pavanello é que a Schützenfest volte a ser realizada no ano que vem, com sucesso garantido de público.
Impacto nas sociedades
Para tentar arrecadar alguma verba ao longo do ano, algumas associações estão organizando eventos de pequeno porte e dentro das determinações sanitárias de prevenção à Covid para venda de pratos típicos, como sopas e cucas.
O presidente da Sociedade Centenário, Johny Arnoldo Hass, conta que o espaço está realizando a cada 60 dias a comercialização de rocamboles, pães e cucas caseiras.
Os recursos são utilizados para financiar os gastos de manutenção da entidade.
“O adiamento desta edição devido à pandemia foi desfavorável porque estávamos crescendo muito nos últimos quatro anos, conseguimos fazer grandes eventos. No início de 2020, chegamos a ter alguns bailes e pelo resultado, os próximos meses eram promissores para a sociedade”, avalia Hass.
Por outro lado, algumas associações estão com as atividades totalmente suspensas. Uma delas é a Guarany. De acordo com o presidente da sociedade, Nilson Schweder, o espaço está quase sendo fechado pela falta de verba.
“O ciclone que teve no início do ano destelhou grande parte do nosso anexo ao lado da sede. Não temos condições de fazer a reforma e com isso, não conseguimos organizar nenhum evento”, observa.

Estragos causados pelo ciclone na sede da Guarany | Foto Divulgação
Nilson ressalta que a Guarany se inscreveu no edital da lei Aldir Blanc para receber o benefício e está aguardando a aprovação do projeto.
O Salão Barg, conforme o presidente Anderson Hornburg, está totalmente parado desde março.
“Não fazemos sequer eventos culinários para retirada dos alimentos, uma vez que os associados, voluntários e até os frequentadores da associação são, em sua maioria, do grupo de risco da Covid-19”, relata.
Ele explica que investimentos importantes foram realizados neste ano, como a climatização do estande de tiro e aquisição de equipamentos industriais para a cozinha. O recurso já estava previamente estabelecido.
“Isso não dispensou a necessidade de suspender e/ou rever contratos. À medida que persistem os efeitos da pandemia, a situação financeira fica mais preocupante, pois, além dos débitos fixados que toda sociedade possui, no início do ano começa o período de emissão de alvarás e licenças”, completa.
Telegram Jaraguá do Sul