São José amanheceu nesta sexta-feira (13) com um fenômeno incomum no Município, a “chuva preta”, causada pela fuligem da fumaça das queimadas vindas da Amazônia. De acordo com o meteorologista da Epagri/Ciram Marcelo Martins da Silva, a última vez em que o fenômeno foi visto em Santa Catarina foi há aproximadamente quatro anos.
A chuva “lavou” o material que estava suspenso, explica o especialista. Martins afirma que a equipe coletou o material e detectou muita fuligem, uma poluição prejudicial para quem fica exposto de maneira prolongada, a exemplo de profissionais da construção civil. O cuidado também se estende à produção de hortaliças e cuidados com os pets.
“Nesse final de semana vai diminuir a condição, vai lavar mais ainda a atmosfera, mas a gente vai ter ali saldo mínimo, mais chuvoso, mais frio, diminuir essa condição de fumaça, mas provavelmente na semana que vem já teremos retorno aí do fenômeno da fumaça e quando voltar a chover, se tiver um acolho muito grande, a gente volta a ter assim a ocorrência do fenômeno”, afirma Marcelo.
O meteorologista comenta que a “chuva preta” é mais comum em áreas com extração de carvão ou refinarias, o que não é o caso da Grande Florianópolis. Esse fenômeno ocorre raramente, como em 2020, e é causado pela fuligem de queimadas em várias regiões do Brasil e países vizinhos. A fumaça se acumula em uma grande massa de ar quente e seco, dificultando sua dispersão.
Atividades ao ar livre
Por volta das 14h, a Beira-Mar de São José apresentou um cenário diferente do habitual: o calçadão estava praticamente vazio, sem a presença da população que usa o espaço para se exercitar. O motivo: a chuva preta. Uma das poucas josefenses caminhando no local era Deulzir Bedin, de 64 anos. Ela conta que está a par do nevoeiro e das chuvas pretas.
“Eu fico atenta às informações, mas não deixo de me exercitar, porque a fumaça não está só na Beira-Mar, mas também, dentro de casa. Estou seguindo as orientações dos especialistas, bebendo bastante água, limpeza nas narinas e uso de colírio. Estou fazendo um exercício leve”, conta.
Previsão do tempo
Conforme as informações da Epagri/Ciram, nos próximos dias (18 a 27 de setembro), o período é marcado pelo aumento das condições de umidade e de chuva em SC. Entre os dias 18 a 22, chuva deve ser melhor distribuída e com maiores volumes nas regiões catarinenses devido a um cavado (área com baixa pressão atmosférica).
Na sequência, o tempo volta a ficar seco e com temperaturas amenas na madrugada, especialmente no interior, com mais nuvens no litoral, e poucas chances de chuva no estado. Não há previsão de frio intenso no período, quando as características de primavera começam a ser observadas no estado.