O Campeonato Brasileiro começou em 29 de março e vai até 21 de dezembro. Além de acompanhar o futebol, os jogos são oportunidades de conscientizar a população sobre a importância de procurar um médico ortopedista para investigar dores que podem surgir no esporte, sobretudo as que envolvem joelhos e ligamentos.
Alguns sintomas, como a aparição de deformidades, hematomas, inchaço e, principalmente, dificuldade de apoiar ou esticar o joelho podem indicar lesões diferentes.
De acordo com o Dr. Rodrigo Zuccon, médico ortopedista do Hospital Ortopédico AACD, as principais lesões que podem acontecer no joelho são fratura de ossos, rompimento de ligamento e fratura do menisco. Conheça mais sobre elas:
Fratura no joelho
A fratura no joelho acontece quando há uma quebra de um ou mais ossos que fazem parte do joelho (fêmur, tíbia, fíbula e patela). O tratamento da fratura depende muito do grau de cada lesão, da capacidade de cicatrização, da intensidade que o paciente pratica atividades físicas e dos sintomas de instabilidade ou falseio no joelho.
“Em casos de lesões menos graves, a imobilização com gesso ou talas e a redução manual da fratura podem ser suficientes para o tratamento. Em casos de lesões mais graves, pode ser indicada cirurgia para a realocação dos ossos em sua posição habitual e imobilização da área para a recuperação do osso”, diz o Dr. Rodrigo Zuccon.
Lesão ligamentar
Outras possibilidades de problemas na região do joelho são lesões ligamentar ou do menisco. Nesses casos, os principais sintomas a serem observados são dor intensa, inchaço, instabilidade articular e dificuldade em aguentar o peso.
“Além dos ossos, o joelho é formado por diversas articulações e ligamentos, que são estruturas fibrosas responsáveis por estabilizar as articulações e ligar os ossos entre si. Quando eles são esticados mais que a sua capacidade, eles podem se romper parcialmente ou totalmente, gerando a lesão ligamentar”, explica o médico.
“Lesões ligamentares e do menisco são geralmente causadas por trauma direto, por impacto violento ou colisão; torção excessiva, decorrentes de movimentos bruscos que forçam a articulação além de sua amplitude normal de movimento; e hiperextensão, quando a articulação é estendida além de sua faixa normal de movimento”, comenta o especialista.
O tratamento prescrito envolve a localização da lesão. Os principais são ligamento cruzado anterior (LCA), ligamento colateral lateral (LCL), ligamento patelar (tendão patelar), ligamento anterolateral do joelho (LAL), ligamento cruzado posterior (LCP), ligamento colateral medial (LCM) e ligamento patelofemoral medial (LPM).
Segundo Dr. Rodrigo Zuccon, a abordagem cirúrgica pode ser necessária em alguns casos. “Assim como na fratura, depende do grau de cada lesão, mas as cirurgias acontecem mais quando as lesões são no LCA, LCL, ligamento patelar e LAL. Já quando a lesão acontece nos ligamentos LCP, LCM e LPM isoladamente, o tratamento conservador normalmente é o mais indicado, com imobilização e fisioterapia. Se ela acontecer combinada com outro ligamento ou uma fratura, a cirurgia é o tratamento mais recomendado”, diz.
Menisco
Muitas lesões de atletas acometem o menisco, a junção de duas cartilagens que amortecem o encontro entre o fêmur e a tíbia na articulação do joelho. O rompimento dessa estrutura pode ocorrer verticalmente, geralmente a partir de um trauma agudo, e horizontalmente, normalmente de natureza degenerativa.
Os principais sintomas de lesões no menisco são dor, rigidez e inchaço, bloqueio ou travamento do joelho, sensação de que o joelho está “falseando” e incapacidade de movimentar o joelho em toda a amplitude de movimento. O especialista do Hospital Ortopédico alerta: “Se a ruptura não for tratada, pedaços do menisco podem soltar-se e flutuar pela articulação, o que pode fazer com que o joelho falseie, estale ou trave”.
As rupturas agudas de menisco normalmente ocorrem durante a prática esportiva, quando os atletas torcem o joelho ao agachar ou quando há contato direto, como em choques contra o adversário. Idosos têm maior probabilidade de desenvolver rupturas de menisco degenerativas. Com a cartilagem se enfraquecendo e ficando mais fina, o tecido envelhecido e desgastado é mais propenso a rupturas.
“O tratamento da lesão meniscal pode variar conforme o grau da lesão e a idade do paciente. Normalmente, quando o paciente é idoso, o tratamento conservador é o mais aplicado com repouso, fisioterapia, gelo e compressão e injeção de corticoides. As opções cirúrgicas, como a artroscopia e a meniscectomia, são realizadas apenas quando as lesões são mais graves”, esclarece o Dr. Rodrigo Zuccon.
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