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Quando os filhos seguem o caminho dos pais

Fotos: Arquivo pessoal

Por: Elisângela Pezzutti

10/08/2025 - 06:08

Neste Dia dos Pais, o OCP conta duas histórias de filhos que se sentem guiados e motivados pelos valores e ensinamentos de seus pais, assim como tantos outros que têm na figura do pai o farol que ilumina suas vidas. Acompanhe!

Em Schroeder, pai e filha são protagonistas de uma bonita história que envolve empatia e dedicação ao próximo. Atuando como bombeiro voluntário há cerca de 20 anos e presidente da entidade pela segunda vez, Adalberto Schneider Rubinhc é inspiração para sua primogênita Vitória, de 11 anos.

Profissional da área de Segurança do Trabalho na empresa Duas Rodas, Adalberto conta que, para ele, ser pai transformou completamente sua visão sobre a vida e sobre o próprio voluntariado. “O mundo virou de ponta cabeça quando me tornei pai. Antes, todos os atendimentos eram iguais: adultos ou crianças, eram vítimas que precisavam ser salvas. Mas depois que minha filha nasceu, atender uma criança ganhou um novo significado, e o frio na barriga passou a fazer parte da rotina”, revela.

A chegada de Vitória levou Adalberto a entender mais profundamente o amor e a preocupação que os pais sentem por seus filhos. “Continuei cumprindo minha missão de ajudar, mas agora com um sentimento ainda mais forte. Hoje, o bombeiro virou quase um super-herói — por dentro e por fora”.

Vitória cresceu envolvida com o ambiente dos bombeiros

Exemplo de amor ao próximo

Desde muito pequena, Vitória acompanhava o pai nas atividades da corporação. Ainda bebê, já dormia com o som das sirenes e caminhões. Cresceu envolvida com o ambiente dos bombeiros e, com apenas 7 anos, foi uma das primeiras a participar do projeto Bombeiro Mirim, criado por Adalberto quando assumiu a presidência da corporação.“Eu não tinha certeza se ela seguiria esse caminho, mas desde que começou a entender que fazemos a diferença entre a vida e a morte de alguém, ela passou a ter orgulho do que eu fazia”, conta Adalberto.

Vitória estuda no 6º ano A da Escola Municipal Professor Emílio da Silva e já sonha em ser bombeira voluntária. Mas ela deseja ir além. “Quero ser perita criminal ou médica”, diz, afirmando que sempre teve muito orgulho do seu pai, principalmente pela dedicação dele, mesmo nas folgas ou fins de semana. “Ele sempre improvisava e cuidava de tudo com amor, não para ele, mas para ajudar quem precisava”, conta.

Para Adalberto, ver a filha tão jovem já envolvida com a causa voluntária é uma “recompensa inestimável”

Futura bombeira

Entre as atividades preferidas de Vitória no projeto Bombeiro Mirim estão os lançamentos de mangueira, simulações de atendimento e até mesmo atuar como vítima em treinamentos com os alunos adultos. Uma das lembranças mais marcantes foi quando acompanhou, de longe, o pai atuando em um incêndio real durante um simulado.“Tenho até um colete de socorrista que ganhei dele, com acessórios de bombeiro. Sempre que estamos juntos e encontramos algum acidente, ajudo ele no que posso”.

Para Adalberto, ver a filha tão jovem já envolvida com a causa voluntária é uma recompensa inestimável. “É uma sensação de dever cumprido. Ela entendeu desde cedo que nosso propósito é ajudar o próximo sem esperar nada em troca. Tenho certeza de que se tornará uma pessoa de caráter exemplar para a sociedade”, afirma.

O presidente da corporação acredita que, mais do que ensinar técnicas, o projeto e a vivência de sua filha no Corpo de Bombeiros contribuem para o crescimento pessoal. “Ela desenvolve civilidade, empatia, autoconfiança e liderança. São pilares que vai levar para toda a vida”.

E Vitória já entende bem esses valores. “Aprendi que precisamos ter empatia pelas pessoas. E, principalmente, cuidar com muito carinho de quem vamos atender, porque aquela pessoa é o amor da vida de alguém”.

Gratidão e respeito às origens

Hoje com 56 anos, o jaraguaense Sandro Luís, mais conhecido como ‘Toto’, começou a frequentar o curtume Schmitt quando ainda era um adolescente de 15 anos. Na empresa familiar fundada pelo seu avô Arnoldo Leonardo, em 1917, ele ajudou seu pai, Guido Francisco, até completar 20 anos, quando saiu para seguir uma carreira como jogador de futebol profissional. Uma década depois, voltou a trabalhar ao lado do pai no curtume centenário. “Mesmo com outros negócios, sempre estive junto com meu pai, ajudando. Ele me ensinou a ser forte no mundo dos negócios — porque um curtume não é para qualquer um tocar”, conta.

Guido e Toto compartilham a paixão pelo trabalho

Mais do que técnica, Toto carrega os valores que herdou em casa. Foi justamente da convivência com o pai e da observação atenta do cotidiano que surgiu a inspiração para inovar. Ao notar o descarte de retalhos de couro no curtume, teve a ideia de reaproveitá-los em produtos artesanais. Nasceu daí um novo negócio: a confecção de coleiras, cinturões, bainhas e maletas produzidos a partir de sobras de couro. Assim, a KS Couros cresceu e hoje é referência na produção desses itens.

Pai e filho têm perfis distintos, mas compartilham a paixão pelo trabalho. “Temos maneiras diferentes de pensar, mas o couro nos aproxima. É algo que está na nossa história”, afirma Toto.

Ao falar sobre o legado do pai, o tom é de gratidão. “O maior legado que ele construiu foi o exemplo de vida e a formação de um caráter íntegro nos filhos. É por meio das atitudes e ensinamentos diários que um pai molda o futuro da gente”, finaliza.

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Elisângela Pezzutti

Graduada em Comunicação Social pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atua na área jornalística há mais de 25 anos, com experiência em reportagem, assessoria de imprensa e edição de textos.