As principais teorias apontam que o homo sapiens surgiu há cerca de 200 mil anos na África. Desde então, a evolução foi enorme e diferentes idiomas surgiram, assim como sociedades bastante complexas. Mas qual foi a primeira língua falada na Terra?
A verdade é que este é um tema de intenso debate acadêmico, uma vez que as línguas evoluem ao longo do tempo e muitas das línguas mais antigas não deixaram registros escritos.
Entretanto, a partir das evidências disponíveis, algumas línguas são frequentemente apontadas como as mais antigas ou como representantes de estágios primitivos de linguagem humana.
Uma das principais candidatas para o título de “língua mais antiga” é o sumério, que foi falado na Mesopotâmia (atual sul do Iraque) por volta de 3100 a.C.
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Registro escrito
O sumério é amplamente aceito como a língua mais antiga a ser registrada em forma escrita, através dos primeiros sistemas cuneiformes. Esses registros, gravados em tabuletas de argila, contêm informações sobre administração, comércio, leis, e religião, tornando o sumério fundamental para nossa compreensão das primeiras civilizações.
Além do sumério, outra língua antiga digna de menção é o egípcio, uma língua afro-asiática que surgiu no antigo Egito. Os primeiros registros datam de aproximadamente 3000 a.C., com o hieroglífico sendo a forma de escrita utilizada por mais de 3 mil anos. Assim como o sumério, esta é uma das línguas que estabeleceram as bases para a formação de grandes civilizações.
Um ponto interessante a ser destacado é que muitas das línguas antigas que conhecemos foram preservadas em registros escritos. No entanto, antes da invenção da escrita, as línguas eram transmitidas oralmente, o que dificulta a reconstrução precisa das línguas mais antigas.
Existe uma língua ancestral comum?
Um dos grandes debates entre linguistas e antropólogos é se todas as línguas do mundo têm uma origem comum ou se surgiram independentemente em diferentes partes do globo.
A teoria da monogênese linguística sugere que todas as línguas atuais podem ter evoluído a partir de uma única língua primitiva falada por nossos ancestrais comuns. Essa teoria propõe que, à medida que os humanos se espalharam pelo mundo, a língua original se fragmentou em diversos dialetos, que com o tempo evoluíram para as línguas modernas.
Por outro lado, a teoria da poligênese linguística defende que diferentes grupos humanos, em diferentes regiões do planeta, desenvolveram suas próprias línguas de maneira independente, sem que houvesse uma única língua ancestral comum a todas elas.
Segundo essa visão, a diversidade linguística seria um reflexo da diversidade cultural e ambiental enfrentada por diferentes sociedades humanas ao longo de milênios.
Ambas as teorias ainda são alvo de discussões e pesquisas, e apesar dos avanços na linguística histórica, a origem exata das línguas humanas permanece um mistério fascinante.